23

24

25

26
 
TROMBECTOMIA MECÂNICA NO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR DE RISCO ALTA E RISCO INTERMÉDIO-ALTO. UMA OPCÇÃO VÁLIDA!
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P150 - Resumo ID: 1759
Hospital Garcia de Orta E.P.E
Mário Monteiro, Maria José Loureiro, Filipa Ferreira, Otília Simões
O tromboembolismo pulmonar (TEP) é a terceira causa de morte cardiovascular depois do enfarte agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral e é considerado a principal causa de morte prevenível em doentes hospitalizados. As opções de tratamento têm evoluído nos últimos anos, com diferentes graus de ´´invasividade´´ e eficácia. Uma abordagem multidisciplinar para diagnóstico, estratificação de risco e instituição terapêutica precoce é necessária para determinar qual a melhor opção. Dentro destas opções a reperfusão mecânica por técnicas percutâneas tem vindo a ser cada vez mais utilizada como terapêutica válida principalmente na presença de contra-indicação formal para trombólise, como terapêutica de recurso quando a trombólise é ineficaz ou na ausência de disponibilidade para tromboendarterectomia cirúrgica.

Os autores descrevem 2 casos de tromboembolismo pulmonar:
- Sexo masculino, 52 anos com antecedentes de adenocarcinoma pulmonar com metastização óssea submetido a artrodese e laminectomia há 1 mês. Admitido por quadro de lipotimia e dispneia súbita. Angio-TC tórax revelou TEP massivo bilateral, ecocardiograma com disfunção ventricular direita e análises com elevação de troponina e Nt-proBNP. Posteriormente desenvolve quadro de choque obstrutivo com necessidade de suporte inotrópico. Por apresentar contra-indicação relativa para fibrinólise sistémica foi submetido a trombectomia percutânea com resolução do quadro de choque. 3 meses após o procedimento realizou cintigrafia de ventilação-perfusão (V/Q) onde manteve evidência de TEP periférico, embora com extensão reduzida.
- Sexo masculino, 66 anos. Com internamento recente na Cirurgia Cardiotorácica onde foi submetido a cirurgia cardíaca. Admitido por quadro sincopal, tendo realizado Angio-TC tórax que revelou TEP com trombo em sela na bifurcação da artéria pulmonar com extensão a todos os ramos segmentares bilateralmente. Considerou-se TEP de risco intermédio-alto tendo em conta sinais ecocardiograficos de disfunção ventricular direito e níveis aumentados de troponina e Nt-proBNP. Ao longo do internamento manteve estabilidade hemodinâmica sempre com necessidade de oxigenoterapia suplementar e em classe funcional NYHA III/IV. Reavaliação por angioTC ao 10º dia mantendo elevada carga trombótica pelo que se propôs para trombectomia mecânica. Após o procedimento com melhoria clínica permitindo a descontinuação de O2 suplementar. Cintigrafia de V/Q 6 meses após trombectomia revelou apenas defeitos subsegmentares da perfusão.

Conclusão: Em casos complexos de TEP, principalmente nos grupos de risco intermédio-alto e alto risco os dilemas terapêuticos são frequentemente encontrados. Estes dois casos são exemplos da aplicação e resultados da técnica percutânea, podendo mesmo ser considerada uma alternativa terapêutica de primeira linha em casos seleccionados.