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PNEUMOMEDIASTINO GRAVE COM ENFISEMA SUBCUTÂNEO EXTENSO POR INVASÃO TUMORAL LOCAL MACIÇA
Doenças respiratórias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG246 - Resumo ID: 1763
Serviço de Medicina Interna, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Joana Couto, Luís Pontes dos Santos, António Ferreira, Raquel López, Diana Guerra
Homem 55 anos, com fibrose pulmonar (FP) secundária a silicose, insuficiência respiratória global, sob oxigenoterapia CN 2L/min (24h/dia) e VNI (ventilação não-invasiva) - Bipap noturna. Foi trazido ao SU (Serviço de Urgência) por agravamento súbito do padrão de dispneia habitual. Com múltiplos internamentos e episódios no SU recentes em contexto de intercorrências infeciosas (pneumonia lobo superior esquerdo) e progressão de FP. O último destes, ocorreu 2 dias antes da admissão, tendo alta com antibiótico, otimização de broncodilatadores, corticoterapia oral e VNI contínuo. Objetivamente, polipneico, com sinais de dificuldade respiratória, constatado enfisema subcutâneo (ES) exuberante na região do tronco, cervical, abdominal e membros superiores, sons respiratórios apagados. Por suspeita de pneumomediastino na radiografia torácica (ausente em 2 dias antes), pedido TC toraco-abdominal (Figuras A, B e C) que revelou volumoso pneumomediastino até ao retroperitoneu; extenso ES torácico estendendo-se para a região cervical, lombar, braços, parede abdominal, escroto e coxa esquerda; pneumotórax à direita; massa no lobo superior do esquerdo com invasão das estruturas broncovasculares, do mediastino e parede torácica e destruição do 2º e 3º arcos costais (tumor de Pancoast). Perante estado clínico e face a estes resultados (neoplasia pulmonar com metastização difusa e pneumomediastino grave com ES extenso) adotados cuidados de conforto tendo vindo a falecer.
Apresenta-se este caso pelo impacto da extensão do pneumomediastino e ES, o que pode ser explicado pela VNI que realizou continuamente nos 2 dias anteriores à admissão no SU. Neste caso a VNI que permitia alívio sintomático recorrente em doente com FP avançada teve efeito iatrogénico. De salientar, a importância de um estudo mais pormenorizado nos doentes com intercorrências infeciosas sucessivas com localização semelhante, mesmo que estejamos perante doentes com doença pulmonares crónica.