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AUDITORIA AOS PRIMEIROS 9 MESES DE FUNCIONAMENTO DE UMA CONSULTA DE CLINIMÉTRICAS EM DOENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE
Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - E-Poster
Congresso ID: P006 - Resumo ID: 1838
Unidade de Imunologia Clínica, Centro Hospitalar Universitário do Porto - Hospital de Santo António
Ana Corte Real*, Ana Costa*, Filipa Coroado Ferreira*, Mariana Bilreiro*, Ana Campar, Mariana Brandão, Raquel Faria, António Marinho, Fátima Farinha
Introdução: A artrite reumatóide (AR) é uma doença autoimune que requer monitorização clínica periódica para garantir uma baixa atividade ou remissão. Os objectivos de monitorização incluem ainda avaliação de complicações da doença e fármacos modificadores de doença (DMARDs), comorbilidades e qualidade de vida. Neste sentido, foi organizada uma consulta de Clinimétricas, para avaliação intercalar dos doentes com artropatias inflamatórias.
Objetivos: Auditoria aos primeiros 9 meses de implementação da consulta, com caracterização dos doentes com AR, dos fármacos efetuados, escalas de atividade da doença e a resposta à terapêutica.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo, observacional, com consulta dos processos dos doentes com o diagnóstico de AR, avaliados na consulta de Clinimétricas. Análise estatística em SPSS 23.0.
Resultados: Foram avaliados 78 doentes (70.5% mulheres; idade média 58.18 ± 11.59 anos; evolução da doença média de 11.71 ± 8.10 anos). 58.97% eram duplamente seropositivos (anti-CCP e fator reumatóide) e 19.23% duplamente seronegativos. Em média os doentes fizeram um total de 2.47 ± 1.24 DMARDs, sendo os sintéticos mais frequentes metotrexato (53 doentes), leflunomida (12 doentes) e sulfassalazina (11 doentes) e, quanto aos biológicos, tocilizumab (9 doentes), etanercept (8 doentes) e adalimumab (5 doentes). Estavam sob corticoterapia 34.6% dos doentes, verificando-se um maior tempo de seguimento nestes doentes (média de 14.78 ± 9.26 anos versus 9.98 ± 6.88 nos doentes sem corticoterapia; p=0.025). Nesta consulta, 38.5% alteraram a dose da terapêutica e 3.8% foram propostos para alteração do fármaco. As médias do Disease Activity Score (DAS) 28 PCR e VS pré-terapêutica foram 3.57 ± 1.17 e 3.90 ± 1.43, respectivamente. Nesta consulta, as médias transversais foram para o DAS28 PCR 2.80 ± 1.19 e DAS28 VS 3.43 ± 1.30. Em relação às comorbilidades, a média de fatores de risco cardiovascular foi de 0.92 ± 0.91: 42.3% de doentes hipertensos, 38.5% com dislipidemia, 10.3% com Diabetes mellitus e 16.7% com doença cardiovascular estabelecida. Desde o início do seguimento, 15.4% desenvolveram intercorrências infeciosas e 9% neoplasias. Quanto aos rastreios, 83.3% realizaram o de Tuberculose Latente (destes, 20% foram diagnosticados e tratados) e 83.3% a virologia. De acordo com os registos, 55.1% dos doentes realizaram vacinação anti-gripal e 43.6% anti-pneumocócica. Dos 45 doentes que realizaram densitometria óssea 24.4% tinham osteoporose.
Discussão e Conclusão: A maioria dos doentes encontrava-se sob DMARDs sintéticos, com uma percentagem de doentes corticotratados cronicamente elevada. Constatou-se a importância das escalas de avaliação da atividade da doença, que permitiram verificar uma boa resposta à terapêutica. A abordagem estruturada desta consulta permitiu corrigir falhas no registo de medidas de atividade, dano, estratificação e rastreio de comorbilidades.