23

24

25

26
 
ENFARTE RENAL: FA “DE NOVO” VS SAF
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P128 - Resumo ID: 16
Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães
Sílvia Nunes, Gabriela Pereira, Sara Freitas, Ussamané Embaló, Nuna Vieira, Jorge Cotter
INTRODUÇÃO
O enfarte renal é uma causa pouco frequente de dor lombar, com incidência de 1.4%. A etiologia mais comum é a embólica, seguida da trombose, traumatismos e estados de hipercoagulabilidade. A fibrilação auricular (FA) é uma das principais causas de embolização. A síndrome anti-fosfolipidica (SAF) pode induzir um estado de hipercoagulabilidade que é diagnosticado quando o doente apresenta trombose arterial/venosa, associadamente a títulos elevados de anticorpos anti-fosfolipidicos.

CASO CLÍNICO
Mulher com 59 anos recorre ao serviço de urgência por dor lombar direita, em moedeira com irradiação á fossa ilíaca direita e 12 horas de evolução, associada a náuseas e a vómitos alimentares. Ao exame objetivo apresentava Murphy renal positivo á direita. Analiticamente eritrocitúria, sem outras alterações. Electrocardiograma documentou FA “de novo” com resposta ventricular controlada. Solicitada tomografia computorizada abdominopélvica com enfarte renal à direita. Internada ao cuidado da Medicina Interna com enfarte renal é direita, ficou hipocoagulada com enoxaparina.
Durante o internamento realizou ecocardiograma transtorácico e transesofágico, excluindo a presença de trombos cardíacos. Doppler renal não demonstrou qualquer alteração à exceção da área de enfarte no polo superior do rim direito. Teve alta hipocoagulada com dabigatrano.
Na consulta (1 mês após o evento) foi constatado auto-imunidade positiva anticorpo de síndrome fosfolipídico (anti-cardiolipina IgM), o qual repetiu ao fim de 3 meses com aumento do título anti-cardiolipina IgM e positividade para anti-cardiolipina IgG.
Após a discussão do caso e o diagnóstico concomitante de SAF, alterada hipocoagulação para Varfarina.


DISCUSSÃO
Este caso ilustra, que o internista tem um papel fundamental no esclarecimento etiológico. E por vezes, para o mesmo caso podemos ter várias situações que justifiquem o mesmo. Em certas circunstâncias a existência de mais do que uma causa para o problema, não altera, a decisão terapêutica. No entanto, neste caso, tendo em conta a falta de evidência do papel dos novos anticoagulantes orais no SAF, optou-se por alterar a hipocoagulação para varfarina.