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PURPLE URINE BAG SYNDROME
Doenças infeciosas e parasitárias - Caso Clínico
Congresso ID: CC069 - Resumo ID: 1879
Hospital Distrital de Santarém, E.P.E.
Maria Margarida Pereira, Ana Vera Cruz, Petra Pego
Introdução: O Síndrome do Saco de Urina Roxa (Purple urine bag syndrome – PUBS) foi descrito pela primeira vez em 1978; é uma entidade rara mas benigna que resulta do metabolismo do triptofano no tracto gastrointestinal por algumas bactérias produzindo pigmentos azuis e vermelhos, cuja mistura e contacto com o material do catéter produz a cor roxa. São várias as bactérias, na sua maioria gram-negativas, que estão associadas com PUBS, como Providencia stuartii, Providencia rettgeri, Klebsiella pneumoniae, Proteus species, Escherichia coli, Enterococcus species, Morganella morganii, Pseudomonas aeruginosa e Citrobacter species. Os factores de risco para este fenómeno incluem o sexo feminino, imobilização, obstipação, urina alcalina, algaliação crónica e insuficiência renal.
Caso clínico: Doente do sexo feminino, 89 anos, residente em lar, acamada, com antecedentes de hipertensão arterial, hiperuricemia, insuficiência cardíaca e algaliação para protecção de úlcera de pressão da região sagrada. Foi trazida ao Serviço de Urgência por quadro de prostração, recusa alimentar e hipotensão. Apresentava urina de cor roxa com cerca de um mês de evolução. Analiticamente destacava-se elevação dos parâmetros infecciosos e lesão renal aguda de etiologia pré-renal. Procedeu-se à troca da algália e colheita de urina para exame bacteriológico com isolamento de Proteus mirabilis para o qual a doente cumpriu antibioterapia inicialmente empírica com ceftazidima e posteriormente dirigida com cefuroxima, com resolução do quadro infeccioso e normalização da cor da urina.
Discussão: Apresenta-se um caso raro de “Purple urine bag syndrome”. Neste caso os factores de risco identificados foram a doente pertencer ao sexo feminino, a imobilização prolongada, algaliação crónica e insuficiência renal e houve total resolução dos sintomas com a terapêutica instituída. A sua presença deve levantar suspeição de infecção com os agentes acima referidos.