Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira

Mulher de 76 anos, previamente autónoma. Sem antecedentes pessoais de relevo. Em 2017 recorre ao Serviço de Urgência após episódio de queda com fractura da clavícula e do úmero esquerdos. Neste contexto, foram identificadas imagiologicamente múltiplas lesões focais osteolíticas dispersas pelo esqueleto (fig. 1 e 2) e radiografia do crânio com padrão “sal e pimenta” (fig 3). Encaminhada para Consulta Externa de Medicina Interna onde realiza estudo analítico que identifica anemia normocítica/normocrómica, pico monoclonal IgG kappa, beta-2-microglobulina 2.7 mg/L. Realizou medulograma com biopsia óssea que confirmou o diagnóstico de mieloma múltiplo, tendo sido referenciada para Hemato-Oncologia.
Manteve seguimento e terapêutica com melfalano e ácido zalendrónico, recusando outras terapêuticas, tendo-se verificado agravamento clínico progressivo, com necessidade de suporte transfusional, desenvolvimento de lesão renal aguda e hipercalcémia.
A doente veio a falecer dois anos após o diagnóstico, em contexto de progressão de doença.
Os achados imagiológicos identificados, apesar de típicos do mieloma múltiplo, não estão sempre presentes. Este caso demonstra a utilidade do estudo imagiológico no levantamento da suspeita deste diagnóstico e seu estadiamento.