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ESTUDO DE ADENOPATIAS EM DOENÇAS HEMATOLÓGICAS – PAPEL DA MEDICINA INTERNA
Doenças hematológicas - E-Poster
Congresso ID: P008 - Resumo ID: 1910
CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE, UNIDADE DE PORTIMÃO - SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA
Dina Rochate, Marta Segurado, Svitlana Hhihoryan, Maria José Grade, Helena Rita, Luísa Arez
Introdução: A presença de atividade hematopoiética em locais fora da medula óssea, como o baço ou o fígado, pode ocorrer em doenças hematológicas malignas e não malignas. As adenopatias podem ser o primeiro sinal de apresentação de doenças linfoproliferativas (DLP), juntamente com esplenomegalia. Algumas síndromes podem ser caracterizadas por linfocitose e ausência de adenopatias (ou de pequenas dimensões e/ou pouco acessíveis ao exame histológico), sendo por isso de extrema importância a avaliação e investigação etiológica quando estas surgem inicialmente ou como achado imagiológico. Objetivo: Caracterizar a população de doentes com adenopatia como primeiro sinal, com diagnóstico hematológico, internada ao cuidado da Medicina Interna (MI). Métodos: Estudo coorte retrospetivo de 24 pacientes com diagnóstico de gânglios linfáticos aumentados (localizados ou generalizados) – códigos R59.0, R59.1 e R59.9 – segundo a codificação de Grupos de Diagnóstico Homogéneos, internados pela MI entre 01-01-2015 e 30-06-2018, num hospital periférico. Resultados: A média de idades era de 58 anos (18-90), sendo 11 do sexo masculino e 13 do sexo feminino. Como antecedentes pessoais, 25% dos casos apresentou hipertensão arterial, 20,8% neoplasia documentada e 12,5% gastrite crónica. No momento do diagnóstico, 15 casos caracterizavam-se pela presença de adenopatias palpáveis e a esplenomegalia estava presente em 9 casos. A astenia e dor abdominal foram os sintomas associados mais frequentes. Na apresentação, a localização mais frequente das adenopatias foi axilar (6) e inguinal (5). Três casos apresentavam adenopatias múltiplas. Onze apresentavam anemia no momento do diagnóstico. Como primeiro exame complementar de diagnóstico realizado, a tomografia computorizada foi o mais frequente (66,7%), seguido da biópsia excisional da adenopatia (45,8%). Apenas um caso realizou citometria de fluxo e 4 casos não quiseram prosseguir na investigação diagnóstica. Nove casos não foram hematológicos, obtendo o diagnóstico de linfadenites. Em 4 casos a histologia revelou Linfoma de Hodgkin, em 3 Linfoma folicular, em 3 Linfoma do manto e 1 caso de Leucemia Linfocítica Crónica. Parâmetros como hemoglobina, LDH, leucocitose e presença de esplenomegalia foram avaliados como possíveis preditores independentes. Conclusão: Apesar do pequeno número de doentes, os resultados obtidos concluem que a adenopatia associada ao diagnóstico hematológico é frequente. O espectro clínico das DLP varia desde adenopatias assintomáticas até sintomas constitucionais e, pela sua inespecificidade, a apresentação clínica é um desafio. Neste estudo os autores salientam a importância do papel da MI na primeira abordagem, diagnóstico e orientação de DLP em doentes com adenopatias, destacando o valor da complementaridade entre MI e especialidades como a Cirurgia Geral, num hospital periférico que não tem internamento de hematologia clínica.