23

24

25

26
 
UM CASO RARO DE TUMOR CEREBRAL
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - E-Poster
Congresso ID: P640 - Resumo ID: 1940
Centro Hospitalar de Setúbal - Serviço de Medicina Interna
António Eliseu, Teresa Furtado, Filipa Silva, Lucia Gil, Rita Silvério, Paula Lopes
Introdução: Os hemangioblastomas são tumores de origem vascular muito raros do sistema nervoso central. Estes tumores correspondem apenas a 1-2.5% de todos os tumores intracranianos e 7-10% dos tumores da fossa posterior. Os hemangioblastomas em 75% dos casos são esporádicos ou podem estar associados à doença de von Hippel-Lindau. O tratamento cirúrgico é definitivo particularmente nos hemangioblastomas isolados do cerebelo.
Caso clínico: Doente do sexo masculino, 61 anos que recorreu ao serviço de urgência por cefaleia occipital com 24h de evolução, tipo peso, mantida, de intensidade progressiva, com irradiação para a região parietal e agravada pela tosse. Na avaliação inicial não apresentava alterações ao exame objectivo, nomeadamente do ponto de vista neurológico. Sem alterações analíticas, tensionais ou electrocardiográficas. Realizou uma TC-CE que revelou uma hipodensidade circunscrita cerebelosa justa-mediana esquerda – isquémica? Não se podendo excluir edema vasogénico. Coexistindo outra hipodensidade cerebelosa postero-inferior esquerda sugestiva de sequela isquémica. Posteriormente realizou angioTC-CE onde apresentava hipodensidades hemisférica cerebelosa inferior esquerda, captando contraste na região inferior e hipodensidade hemisférica cerebelosa mediana esquerda, determinando discreta moldagem do recesso lateral do esquerdo do IV ventrículo. Perante a indefinição desta lesão, etiologia primária ou secundária vs isquémia aguda o doente ficou internado para estudo. Na RM-CE a lesão apresentava característica heterogénea, com hipersinal (TR longo/T2 FLAIR), após gadolínio com reforço de sinal marginal e de predomínio focal esquerdo. A lesão tinha 19mm de eixo transversal por 13mm de eixo anteroposterior, com halo de edema, determinando redução dos sulcos corticais regionais. Aspectos de significado etiológico impreciso com hipótese de lesão neoformativa secundária ou primária. Iniciou marcha diagnóstica para exclusão de neoplasia oculta. Realizou TC-toracoabdominopélvica , EDA e colonoscopia, ecografia da tiroide e prostática sem alterações relevantes. Foi enviado a consulta de Neurocirurgia optando-se por intervenção cirúrgica com exérese da lesão. O resultado histológico revelou: Hemangioblastoma cerebeloso grau I OMS (Imunomarcação tumoral: inibina+).
Conclusão:
O hemangioblastoma é de dificil diagnóstico por não apresentar caracteriscas imagiológicas patognomonicas. Apesar das metastases na fossa posterior serem raras, são a etiologia mais frequente em doentes de meia-idade/idosos. O tratamento cirúrgico nos hemangioblastomas do cerebelo geralmente são curativas com baixas taxas de recorrência.