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LINFOMAS – A REALIDADE DE UM SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA
Doenças hematológicas - Comunicação
Congresso ID: CO090 - Resumo ID: 1951
Hospital de Cascais - Dr. José de Almeida
Ana Paula Antunes, Tânia Strecht, Madalena Sousa Silva, Inês Vicente, Carolina Fabião Sequeira, Ana Gorgulho, Marta Custódio, Inês Rossio, Catarina V. Oliveira, Anabela Salgueiro Marques
INTRODUÇÃO
Dentro de todas as doenças oncológicas, os linfomas apresentam uma incidência em Portugal de 4%. Representam um grupo de doenças heterogéneo, tendo cada subtipo características clínicas e morfológicas bem definidas.
OBJECTIVO
Caracterização epidemiológica, clínica, histológica e prognóstica da população diagnosticada com linfoma no nosso serviço.
MATERIAL E MÉTODOS
Análise retrospectiva descritiva dos doentes diagnosticados com linfoma entre 2014 e 2018 através de consulta de registos clínicos e exames laboratoriais, imagiológicos e histológicos. Utilização da ferramenta Excel.
RESULTADOS
Durante este período foram diagnosticados 90 doentes. A idade média de diagnóstico foi de 67 anos, na sua maioria homens (65,8% homens e 34,2% mulheres).
Ao diagnóstico, a maioria dos doentes apresentava sintomas B (54,3%), sendo a perda ponderal foi o mais frequente (70,7%). Em termos laboratoriais, verificou-se citopenias em 76,6% e LDH aumentada em 49,4% dos doentes.
A maioria dos casos foram diagnosticados em estadio IV Ann Arbor (57,6%). As linfadenopatias abdominais (22,4%) e retroperitoneais (19%) foram as mais frequentes.
Observou-se uma maior prevalência dos linfomas de células B comparativamente aos de células T (93,3% vs 6,67%). Registaram-se mais casos de Linfomas não Hodgkin (LNH) vs Linfomas de Hodgkin (LH), 86,7% e 13,3%, respectivamente. Dentro dos LNH, o linfoma difuso de grandes células e o linfoma folicular foram os tipos histológicos mais documentados (30% vs 14,4%).
Nos doentes submetidos a tratamento foi obtida remissão completa em 54,5% dos doentes e recidiva em 9%; no entanto apenas foi possível apurar dados em 22 doentes. A taxa de mortalidade global atingiu os 50,6%; ocorreu em média 11,7 meses após o diagnóstico e/ou tratamento.
Dos 64,5% dos doentes testados para VIH, 18,9% foram positivos, não existindo predominância entre LH ou LNH.
CONCLUSÕES
Os nossos resultados estão de acordo com as estimativas mundiais, europeias e nacionais, nomeadamente no que diz respeito à distribuição em género, estadio e tipo histológico. Não existem dados nacionais em termos clínicos e laboratoriais publicados até à data que possam ser comparados com os resultados obtidos nesta análise, podendo esta ser uma área mais explorada no futuro.
Realça-se o facto de ter sido encontrada uma taxa significativa de doentes com linfoma e infecção VIH (dados mundiais apontam para 4%). Tal resultado poderá ser reavaliado posteriormente em outros estudos.
Em relação à mortalidade, esta foi interpretada de forma global e não ajustada a cada subtipo histológico. A elevada taxa obtida poderá dever-se ao estadio avançado à data de diagnóstico.