Hospital Central do Funchal

Os autores apresentam um caso de um doente de 73 anos, com antecedentes hipertensão e dislipidémia, que recorreu a uma consulta de Medicina Interna com um quadro de disfagia alta predominantemente para sólidos, com 5 anos de evolução, que melhorava com ´manobras´ (sic) durante a deglutição. Referia ainda regurgitação, sialorreia, halitose, sensação de globus pharyngeus e acessos de tosse não produtiva, com agravamento nos últimos meses que motivaram a sua vinda à consulta. Negava perda ponderal ou alterações da voz. Ao exame objectivo não evidenciava alterações.
Analiticamente não revelava alterações, tendo realizado estudo radiográfico com ingestão de suspensão baritada, sendo detectada uma formação diverticular volumosa em topografia anterior esquerda em relação ao lúmen esofágico cervical, com comunicação superior, de maior eixo longitudinal com cerca de 5cm de diâmetro, condicionando um ligeiro efeito de massa sobre o lúmen esofágico e tecidos circundantes. Perante estes achados, a imagem supra-exposta sugere a presença de Divertículo de Zenker. Foi então solicitado estudo manométrico esofágico (sem alterações) e endoscopia digestiva alta que revelou uma bolsa faríngea com restos alimentares no lúmen e mucosa de aspecto aparentemente normal. Fez tomografia computorizada do pescoço, confirmando-se a existência do divertículo no terço superior e em posição lateral esquerda, sem irregularidades significativas desta cavidade. Foi sugerido tratamento endoscópico, que o doente aguarda à data de submissão deste trabalho.