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APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE UM TUMOR NEUROENDÓCRINO INTESTINAL METASTIZADO
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P781 - Resumo ID: 1975
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz
Dora Lameiras Xete, Andrea Castanheira, Manuela Zita Veiga, Isabel Madruga
INTRODUÇÃO: O tumor neuroendócrino (NE) bem diferenciado do intestino delgado, também conhecido como tumor carcinóide, é um tumor raro. A incidência deste tumor tem vindo a aumentar devido ao maior acesso a exames imagiológicos, sendo a sua classificação obtida mediante métodos histológicos. Os tumores NE podem ser assintomáticos, ser um achado incidental, apresentar sintomatologia relacionada com o crescimento/invasão tumoral ou hipersecreção hormonal. Na presença de um tumor NE do intestino delgado existe uma tendência para a metastização hepática, mesmo quando as suas dimensões são reduzidas, cursando, na maioria dos casos, com síndrome carcinóide caracterizado por flushing e diarreia, podendo também apresentar dor abdominal, saciedade precoce e icterícia.
CASO CLÍNICO: Homem de 59 anos, autónomo, pedreiro, com antecedentes de laparotomia por perfuração de úlcera péptica e apendicectomia. Apresentou-se com queixas de dor abdominal no hipocôndrio direito, intensidade 9/10, sem irradiação, sem outras queixas. A destacar o aumento dos parâmetros de colestase. Realizou ecografia abdominal que constata a presença de incontáveis lesões hepáticas com focos quísticos/necróticos em todos os segmentos, a maior com 11,5 cm. Neste contexto efectuou TC toraco-abdomino-pélvica que descreve múltiplas imagens nodulares hepáticas em relação com metástases e lesão nodular no rim esquerdo, com 4 cm. Foi realizada biópsia hepática cujo diagnóstico histológico foi de tumor NE bem diferenciado. A investigação posterior pela Oncologia revelou ainda um carcinoma de células renais (CCR).
DISCUSSÃO: Apesar da síndrome carcinóide estar presente na maioria dos tumores NE do intestino delgado com metastização hepática, neste doente o quadro inicial foi de dor abdominal intensa. A biópsia hepática foi a chave que conduziu ao diagnóstico de tumor NE. A salientar ainda a existência de um CCR síncrono.