Joana Raquel Monteiro, Sónia Santos, Fernanda Pinhal, Célio Fernandes
A neoplasia continua a ser uma das principais causas de mortalidade, tendo o internista um papel determinante em diferentes estadios da doença, muitas vezes no diagnóstico.
Caso 1 – Homem, 67 anos, antecedentes de carcinoma renal operado, hepatectomia parcial e carcinomatose peritoneal operada e submetido a quimioterapia. Admitido por mal-estar geral, arrepios, cefaleias e dor abdominal no flanco direito. TC abdomino-pélvica: pequena massa com 2.4cm na loca renal esquerda, provável recidiva; fígado aumentado heterogéneo com várias imagens nodulares hipodensas e hiperdensas à periferia compatíveis com metástases, a maior com 6cm; cólon com massa de grandes dimensões com 8.7x6cm com densificação e nodularidade da gordura óssea adjacente; lesão lítica no ilíaco direito, provável metástase.
Caso 2 – Homem, 65 anos, antecedentes de úlcera gástrica e hérnia do hiato, referenciado por mialgias, anorexia, astenia, perda ponderal, dor epigástrica e palidez cutânea com 6 semanas de evolução. Angio-TC toraco-abdomino-pélvica: múltiplos nódulos parenquimatosos pulmonares dispersos, o maior à esquerda com 10mm, compatíveis com metástases pulmonares; tromboembolismo pulmonar envolvendo ramos segmentares e subsegmentares das artérias pulmonares para a pirâmide basal e para o lobo superior esquerdo; gânglios pré-vasculares, para-traqueais inferiores direitos e esquerdos, o maior com 23x10mm; fígado aumentado heterogéneo com múltiplas imagens nodulares hipodensas com tendência à confluência de aspeto sólido, prováveis metástases a maior com 9cm; nódulo sólido na glândula supra-renal direita com 16mm; múltiplas adenopatias celíacas a maior com 5x2.1cm. Colonoscopia: lesão vegetante ulcerada aos 30cm da margem anal, que condiciona estenose luminal. Histologia compatível com adenocarcinoma colorectal de baixo grau.
Pelas suas grosseiras formas, estas imagens são um alerta para uma realidade que devemos ao máximo prevenir. São imagens que ainda chocam.