23

24

25

26
 
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR AGUDO – QUAIS OS DOENTES RECOMENDADOS PARA TERAPÊUTICA EM AMBULATÓRIO?
Doenças cardiovasculares - Comunicação
Congresso ID: CO169 - Resumo ID: 2002
Hospital Central do Funchal
Fabiana Gouveia, Diogo Raposo André, Rafael Nascimento, Carolina Vasconcelos Barros, Rita Branquinho Pinheiro, Marina Raquel Santos, João Miguel Freitas, Rita Vieira, Luz Brazão
INTRODUÇÃO: O Tromboembolismo Pulmonar agudo (TEP), como síndrome clínica potencialmente fatal, resulta da oclusão da circulação pulmonar cujo quadro clínico depende da existência de patologia cardiopulmonar prévia, do tamanho do êmbolo, do número de episódios embólicos e da resposta neuro-hormonal ao evento. Os critérios HESTIA (cH), desenvolvidos por Zondag, permitem identificar quais os doentes com disfunção do ventrículo direito que têm um baixo risco de desenvolverem um evento adverso em ambulatório, permitindo realizar o tratamento com segurança no domicílio. Permitem, ainda, identificar os doentes com baixo risco para mortalidade hospitalar ou em 30 dias e elevada sensibilidade com valor preditivo negativo (VPN) nas situações de doença infecciosa, doença cardiovascular, entre outras.
OBJECTIVO: Identificar os doentes internados com o diagnóstico de TEP agudo, num Hospital Central de Janeiro a Dezembro de 2017, normotensos que poderiam ter alta precoce e tratamento em ambulatório de acordo com os cH.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospectivo dos doentes internados com o diagnóstico de TEP agudo segundo o International Classification of Diseases, 10th Revision. Os dados obtidos foram tratados pelo IBM SPSS Statistics® Versão 25, sendo as variáveis contínuas apresentadas por média, desvio-padrão e/ou mediana e as categóricas como frequências (n) e percentagem (%).
RESULTADOS: A amostra em estudo é composta por 98 doentes, com predomínio do sexo feminino (n=65, 66,3%), idade média de 69 ±15,5 anos e com uma duração média de internamento de 12,6 ±9,9 dias. Quando aplicados os cH foram identificados 34 (36,9%) doentes que poderiam realizar terapêutica em ambulatório e 58 (55,9%) em ambiente hospitalar. Destes últimos, a maioria era do sexo feminino (n=37, 63,8%), com uma duração média de internamento de 15,17 ±9,7 dias. Face à elevada sensibilidade do VPN, os principais critérios impeditivos de alta precoce em ambiente de Enfermaria e de Unidade de Cuidados Intermédios, foram: o internamento superior a 24 horas, a necessidade de aporte de oxigénio superior a 24 horas e o risco hemorrágico. De referir ainda que 7 (12%) doentes que não tinham indicação para terapêutica em ambulatório, segundo os cH, foram re-internados 30 dias após a alta.
CONCLUSÃO: A aplicação dos cH na prática clínica, seleccionou os doentes que não necessitariam de internamentos prolongados, permitindo uma terapêutica em ambulatório. Por outro lado, a elevada sensibilidade do VPN dos cH sinaliza os doentes com necessidade de tratamento hospitalar.