Leticia Santos, Jorge Lopes, Catarina Valadão, Catarina Bekerman
OBJETIVO:
Em 2016, foram vendidas em Portugal mais de 7 milhões de embalagens de Inibidores da Bomba de Protões (IBP). Vários são os efeitos adversos conhecidos dos IBP: como diarreia, propensão a infeções e fraturas, nefrite intersticial, diminuição da eficácia de outros fármacos, défice de absorção de vitaminas e minerais e hipersecreção ácida rebound.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram revistos, de forma retrospetivo, os doentes geriátricos internados em 2018 num serviço de Medicina Interna e analisadas as indicações para cumprir terapêutica com IBP.
As indicações consideradas para terapêutica com IBP foram: doença ulcerosa péptica, doença de refluxo gastro-esofágico, hemorragia gastro-intestinal, infeção por Helicobacter Pylori, gastropatia, esofagite e neoplasia gastro-intestinal.
RESULTADOS:
Dos 180 doentes identificados com idade igual ou superior a 65 anos, 60% era do género feminino e a sua idade média correspondia a 81 anos.
Dos doentes revistos, 46% encontrava-se medicado com IBP em ambulatório, sendo que em 80% não foi identificada indicação para tal. À data da alta, 98% dos doentes sem indicação para IBP manteve terapêutica com o mesmo.
Na mesma amostra de doentes revistos, 54% não estava medicada com IBP em ambulatório, dos quais 90% não apresentava nenhuma das indicações consideradas. Ainda assim, 13% destes doentes teve alta com indicação para iniciar IBP.
CONCLUSÕES:
Mais do que discutir as indicações para terapêutica com IBP, este trabalho evidencia a prescrição rotineira de IBP na população geriátrica. Durante o internamento, a prescrição de IBP deve ser revista individualmente em cada doente.