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EDEMA DA FACE AO OLHAR DO INTERNISTA
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG272 - Resumo ID: 2014
Centro Hospitalar do Baixo Vouga
Paulo Almeida, Daniela Meireles, Diana Carvalho, Margarida Eulálio, Inês Vidal, Ana Araújo, Beatriz Pinheiro
A síndroma da veia cava superior (SVCS) é causada por obstrução/compressão gradual e insidiosa da veia cava superior, caracterizando-se por fácies pletórica, edema e ingurgitamento vascular do pescoço e parte superior do tronco. Cerca de 60 a 95% das SVCS são de etiologia maligna (sendo as neoplasias pulmonares e os linfomas não Hodgkin responsáveis por cerca de 95-99% dos casos).
Apresenta-se um homem de 57 anos com antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia e adenocarcinoma cólico moderadamente diferenciado (pT3N1bM0) submetido a tratamento cirúrgico e quimioterapia em 2014, estando em controlo clínico atualmente. Referência a noção de edema da face e do pescoço, obstrução nasal, disfonia e astenia para esforços moderados com cinco meses de evolução. Sem dispneia, tosse ou outras queixas. Associadamente com história de trombose da veia subclávia direita há cerca de 4 meses, associada a cateter venoso central totalmente implantável, tendo sido retirado e iniciada hipocoagulação. Nesse contexto, foi observado por Otorrinolaringologia e Imunoalergologia que excluíram necessidade de cuidados. Referenciado a consulta de Medicina Interna para estudo de edema da face. Objetivamente apresentava fácies discretamente pletórica e edemaciada, edema e ingurgitamento vascular do pescoço associado a circulação colateral superficial torácica (Imagem apresentada). Sem edema dos membros superiores ou outras alterações. Realizou angiotomografia computorizada que confirmou trombose da veia cava superior com exuberante circulação colateral ao nível da raiz cervical direita e hemitórax direito. Excluída indicação para recanalização cirúrgica, manteve hipocoagulação oral.
Pretende-se salientar a importância de um exame objetivo rigoroso a fim de detetar sinais sugestivos de SVCS. Além disso, destaca-se a evolução insidiosa da instalação clínica explicada pela exuberante circulação colateral.