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NEOPLASIAS NUMA UNIDADE DE MEDICINA INTERNA
Doenças oncológicas - Comunicação
Congresso ID: CO056 - Resumo ID: 2020
Hospital Santo António dos Capuchos
Cátia Carvalho, Daniana Condado, Maria Helena Pacheco, Lurdes Venâncio Pereira, Conceição Loureiro
A Medicina Interna é a mãe de todas as especialidades, assumindo particular destaque quando a patologia afecta vários órgãos ou sistemas, pelo que a existência da pluripatologia numa enfermaria de medicina é uma realidade comum. As neoplasias são a segunda causa de morte a nível mundial e é frequente ter doentes oncológicos num serviço de Medicina Interna (SMI). Objectivo: caracterização de uma população de doentes oncológicos admitidos num SMI durante 12 meses. Material e Métodos: estudo retrospetivo observacional numa Unidade Funcional de Medicina Interna de um Hospital Central. Foram consultados 1295 processos de doentes internados entre Agosto de 2016 a 2017, tendo sido avaliados vários parâmetros: género, idade, dias de internamento, proveniência, motivo de internamento, tempo de evolução, localização do tumor e o destino dos doentes. Resultados: Foram admitidos 1295 doentes admitidos no serviço, dos quais 121 doentes (9.3%) tinham neoplasia activa. Verificou-se um predomínio de doentes do género masculino - 73 (60,3%) e 48 mulheres (39,7%). A idade média foi de 70,4 anos (máxima 94 e mínima de 38). A maioria dos doentes (84.3% - 102 doentes) foram admitidos através do serviço de urgência, 17 doentes foram pelo serviço de Oncologia (13,5%) e apenas 2 pela consulta de Medicina (1.7%). Em média havia um tempo de evolução da doença de 18,15 meses tendo em 25 casos sido o tumor diagnosticado no internamento. Quanto à localização do tumor verificou-se que 27 eram do pulmão (21.8%), 17 de etiologia colo-rectal (13.7%), 13 da mama (10.5%), 10 do pâncreas (8.1%), 10 hemato-oncológicos (8.1%), 8 do fígado e vias biliares (6.5%), 8 do estômago (6.5%), 7 da bexiga e 7 da próstata (5.7% cada), 6 do rim e 6 ginecológicos (4.8% cada), 1 do esófago, 1 da faringe, 1 do SNC, 1 mesotelioma e 1 tumor oculto (0.8% cada). O motivo de internamento mais frequente foi a dor em 25.6% dos casos (31 doentes), seguida da dispneia em 18.1% (22 doentes) e intercorrência infecciosa em 14.9% (18 doentes), tendo-se apurado outras causas menos frequentes como alteração do estado de consciência, progressão da doença, febre, anemia, disfunção renal e alterações iónicas, hemorragia, icterícia, ascite e efeitos secundários da quimioterapia. A média de dias de internamento foi de 11,9 dias com máximo de 69 e mínimo de 1 dia. Verificaram-se 46 óbitos (38%), dos restantes: 47 tiveram alta referenciados para a CE (38.8%), 9 doentes (7.4%) foram transferidos para outros serviços (nomeadamente UCI e Pneumologia) e 2 para outro hospital (1.7%), 7 foram para o domicílio (5.8%) e os restantes para a RNCCI 2.5% para Unidade Convalescença, 1.7% para Unidade de Cuidados Paliativos (tendo havido 2 ingressos e uma referenciação) e 0.8% para Longa Duração. Conclusões: Estatisticamente os resultados traduzem a realidade descrita a nível mundial. Os doentes oncológicos requerem frequentemente o internamento em Serviços de Medicina desempenhando o Internista um papel fundamental na sua abordagem.