23

24

25

26
 
METÁSTASES HEPÁTICAS COMO APRESENTAÇÃO DE TUMOR NEUROENDÓCRINO
Doenças oncológicas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG275 - Resumo ID: 2039
Hospital de Braga
Inês Gonçalves, Filipa Pinho, Laura Costa, Camila Oliveira, Francisco Gonçalves, Luisa Pinto e Carlos Capela
As lesões hepáticas podem ser causadas por múltiplas patologias, benignas e malignas, pelo que estabelecer o diagnóstico, é fundamental para iniciar tratamento. Entre as etiologias a considerar estão neoplasias e infeções.
Os autores apresentam o caso de um homem de 56 anos, sem antecedentes pessoais de relevo. Dos antecedentes familiares, destaca-se mãe com neoplasia gástrica. Admitido por dor abdominal no epigastro e hipocôndrio direito com uma semana de evolução, associada a febre e vómitos pós-prandiais. Sem sintomas constitucionais. Analiticamente, de relevo, apresentava ligeira citólise hepática e aumento da proteína C reativa. Serologias víricas foram negativas. A tomografia computorizada (TC) abdominal mostrou “múltiplas lesões focais distribuídas por ambos os lobos, as maiores com 6 a 9 cm, de textura sólida, com captação heterogénea e hipovasculares.” Colocadas como hipóteses principais, lesões secundárias ou infecciosas. Uma vez que clínica era aguda e estava associada a aumento dos parâmetros inflamatórios, iniciou ceftriaxone e metronidazol, com melhoria da dor, desaparecimento da febre e normalização dos parâmetros analíticos. Biopsia dirigida por TC de lesão mostrou “metástase hepática de neoplasia epitelial de fenótipo sugestivo de diferenciação neuroendócrina”.
Na investigação de tumor primário, na endoscopia digestiva alta, identificada lesão de caráter vulcânico com ulceração central do estômago, cuja histologia confirmou carcinoma gástrico neuroendócrino pouco diferenciado. No estadiamento sem mais lesões secundárias. Em consulta de grupo oncológico decidido iniciar quimioterapia.
Os autores consideram que, neste caso, as lesões hepáticas eram secundárias a carcinoma neuroendócrino gástrico, muito possivelmente com sobreinfecção.
Os tumores neuroendócrinos (TNE) são neoplasias raras e apresentam um desafio no diagnóstico e tratamento. Os TNE não funcionantes evoluem frequentemente sem sintomas ao longo de anos, sendo o diagnóstico tardio.