O Tromboembolismo Pulmonar Agudo (TEP) corresponde a uma obstrução repentina da artéria pulmonar ou dos seus ramos por material trombótico. É uma patologia frequente com mortalidade elevada e cuja apresentação clínica é variável.
Homem de 73 anos, com antecedentes de Hipertensão Arterial Essencial, Diabetes Mellitus tipo II, Acidente Vascular Cerebral isquémico e internamento recente por oclusão intestinal complicada com Pneumonia Nosocomial. Foi admitido no serviço de urgência por dor abdominal tipo cólica no flanco direito e febre quantificada em 38°C. Ao exame objetivo constatou-se apirexia, eupneico em ar ambiente, auscultação com murmúrio vesicular rude e discretos fervores bibasais, abdómen com dor à palpação no flanco direito. Dos exames complementares salienta-se leucocitose e proteína-c reactiva 12mg/dL, lactato desidrogenase 366IU/L. Realizou tomografia computorizada abdominal e pélvica que excluiu causa suscetível de terapêutica cirúrgica.
Ficou em observação, apresentando evolução para quadro de dispneia e dessaturação periférica com necessidade de oxigenoterapia. Realizou rastreio séptico e iniciou antibioterapia empírica com piperacilina-tazobactam. Face ao internamento recente fez tomografia computorizada torácica para esclarecimento de eventual pneumonia nosocomial, não objectivável na radiografia de tórax, que revelou ´defeitos de preenchimento na artéria pulmonar direita e ramos compatíveis com trombos. Opacidades consolidadas predominantes nos lobos inferiores”. Com os dados supracitados admitiu-se como diagnóstico de tromboembolismo pulmonar com enfartes pulmonares sobreinfectados.
Durante o internamento cumpriu antibioterapia e anticoagulação terapêutica, com melhoria do quadro.
Este caso clínico demonstra a dificuldade em diagnosticar um tromboembolismo pulmonar devido aos sintomas inespecíficos e reitera a importância da colocação desta hipótese diagnóstica.