UM CASO DE DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA DO TIPO A
Doenças cardiovasculares - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG277 - Resumo ID: 2051
ULSAM Alto Minho, E.P.E - Serviço de Medicina 2
Joana Faria Silva, Joana Seródio, Bárbara Sousa, Elsa Araújo, Amanda Lista Rey, Moura Alves, Ana Paula Brandão
Homem de 79 anos, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial, internado por infecção respiratória e insuficiência respiratória do tipo 1. Durante o internamento apresentou um quadro súbito de hemiplegia esquerda, desvio conjugado do olhar para a direita e anisocoria, associado a instabilidade hemodinâmica. No decorrer da investigação etiológica foi realizada uma angiografia da aorta torácica e abdominal por tomografia computorizada que revelou uma extensa dissecção intimal aórtica desde a raiz aórtica até à bifurcação ilíaca, com envolvimento dos troncos supra-aórticos e das artérias ilíacas esquerdas e dilatação da aorta ascendente. O caso foi discutido com o Serviço de Cirurgia Cardiotorácica, que foi da opinião de não ter indicação para tratamento cirúrgico dado o reservado prognóstico clínico.
A dissecção aórtica representa uma disrupção da camada íntima da artéria aorta, que condiciona a formação de um falso lúmen para-aórtico, sendo uma entidade clínica imprevisível e que carece de uma atuação emergente. A dissecção da aorta é classificada segundo a localização anatómica do segmento afectado. A classificação de Stanford divide as dissecções aórticas em tipo A quando envolve a aorta ascendente, podendo propagar-se para a aorta descendente, e tipo B quando está apenas limitada à aorta descendente. O tratamento da dissecção aórtica do tipo A é cirúrgico e apresenta uma elevada mortalidade.