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RELAÇÃO ENTRE LESÕES DE ÓRGÃO ALVO EM HIPERTENSÃO ARTERIAL DE LONGA EVOLUÇÃO
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P187 - Resumo ID: 2079
Hospital Santa Lúzia de Elvas
Eduardo Carvajal, Paula Araujo, Lorena Lozano, Mikhailo Ishakuk, José del Aguila, Juan Urbano.
Objetivo
Correlacionar variáveis da hipertrofia ventricular esquerda medida pelo índice de massa ventricular esquerda no ecocardiograma e a função renal medida pelos níveis da creatinina (lesões de órgão alvo hipertensivas) em doentes seguidos na consulta de hipertensão.
Antecedentes
A hipertensão arterial de longo prazo causa afetação micro e macro-vascular, principalmente nos rins, coração, cérebro e aparelho visual e vasos sanguíneos, conhecidas como lesões de órgão alvo. A sua severidade pode aumentar com o tempo de hipertensão não controlada. Alias, cada uma de estas lesões é entendida como um fator de risco preditor independente em doentes com risco cardiovascular já aumentado.
A HVE é o achado que carateriza melhor a afetação cardíaca crónica produzida por HTA. A melhor forma de ser medida é com RM, porém é um método complementar muito custoso e de difícil acesso, pelo que continua a ser utilizado o índice de massa ventricular esquerda calculado no ecocardiograma transtorácico modo M (padrão de normalidade em mulheres <95 e <115 em homens).
Por outro lado o cálculo da função renal é uma maneira rápida e de fácil acesso de determinar o grau de nefropatia hipertensiva, mais comummente entendida como a elevação da creatinina no soro. (>1.3mg/dl).
Materiais e métodos
Num estudo observacional, retrospetivo foram recolhidos 263 processos clínicos de doentes hipertensos de 2016 e 2017, sendo incluídos e analisados 166. Foi usado o programa SPSS edição 24.
Excluíram-se do estudo um total de 94 doentes por não ter hipertensão arterial comprovada medida por MAPA ou sem acesso aos exames complementares no processo clínico.
Resultados:
De um total de 74 mulheres e 93 homens, o valor do índice de massa ventricular esquerda esteve por cima da normalidade na maior parte dos homens (84) e em todas as 74 mulheres para um total de doentes de 158 (95.1%). Não foi sugestivo de HVE em 9 homens.
Enquanto ao dano renal, 14 homens e 5 mulheres tiveram uma creatinina sérica superior a 1.3mg, correspondentes a um total de 19 doentes (11.44%). O resto (144 doentes) mantiveram os níveis da função renal menores ou iguais a 1.3 de creatinina.
Quatro mulheres mostraram alteração conjunta da função renal e HVE, correspondente ao 5.4%, enquanto que coincidiram 6 homens com a afetação renal e cardíaca (6,45% da amostra masculina), 2 homens só tiveram afetação renal (2.15%) e 78 homens só mostraram valores sugestivos de HVE sem elevação dos azotados.
A média do índice da massa ventricular esquerda em homens foi 193.95 e em mulheres 171.01, alias, a média da creatinina em homens foi 1.04 e em mulheres 0.87.
Conclusões:
Evidencia-se uma importante correlação entre HTA não controlada e as lesões de órgão alvo. Perante estes resultados é importante pesquisar na consulta pela afetação independentemente dos diferentes órgãos envolvidos, o que vai ajudar na determinação do tempo de evolução da hipertensão arterial, a severidade e os melhores tratamentos de escolha.