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UNIDADE DE CUIDADOS INTERMÉDIOS MÉDICOS - REVISÃO DA POPULAÇÃO TRANSFERIDA PARA A UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS AO LONGO DE UM ANO
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO137 - Resumo ID: 2087
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Medicina I
Margarida R. Fonseca, Mariana Constante, João Lopes Delgado, Isabel Madruga
INTRODUÇÃO As Unidades de Cuidados Intermédios Médicos (UCINTER) são essenciais na monitorização e tratamento de doentes com situações clínicas complexas e com disfunção de um ou mais órgãos. O seu funcionamento em relação estreita com as Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) é essencial para o escalonamento adequado de cuidados.

OBJETIVO Caracterizar os doentes internados na UCINTER de Medicina interna de um hospital central e transferidos para Unidades de Cuidados Intensivos

MÉTODOS Análise retrospectiva de doentes internados na UCINTER e transferidos para UCIs entre 1 janeiro e 31 dezembro de 2018.

RESULTADOS Dos 177 doentes internados na UCINTER em 2018, 20 foram transferidos para UCIs, o que corresponde a cerca de 35%. Analisando este subgrupo específico, verifica-se que a maioria eram provenientes do Internamento (70%), sendo a média de dias de estadia hospitalar prévia à admissão de 12 dias. A duração de internamento na Intermédia foi em média de 4,4dias (entre 0 e 26). Sete doentes (35%) foram escalados para cuidados intensivos em menos de 24 horas. Obteve-se um APACHE II inicial médio de 14 e um SAPS 2 inicial médio de 39. O motivo de transferência mais frequente foi a disfunção multiorgânica em contexto de choque em oito doentes (40%) – sete com choque séptico e um com choque cardiogénico. A insuficiência respiratória global refratária a ventilação não invasiva foi a disfunção de órgão isolada mais frequentemente associada a necessidade de titulação de cuidados – em quatro doentes (20%). Salientam-se três transferências por Paragem cardíaca recuperada, duas por Insuficiência hepática e uma por Síndrome de Guillain-Barré. Os diagnósticos de transferência mais frequentes foram o Choque séptico em 30% e a Paragem cardíaca em 15%. Seis dos doentes transferidos vieram a falecer na UCI.

CONCLUSÕES A taxa de transferência para um nível de cuidados superiores foi de 35%, sendo superior a um terço dos doentes admitidos. Este número é superior aos 20% empiricamente assumidos como ideais pela equipa médica da Unidade. O facto de a disfunção de órgão isolada mais frequentemente associada a transferência para UCIs ser a respiratória pode merecer reflexão sobre o papel da ventilação não invasiva na população de doentes internados num Serviço de Medicina.