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UMA CAUSA RARA DE DOR ABDOMINAL NO IDOSO
Doenças hematológicas - E-Poster
Congresso ID: P371 - Resumo ID: 2093
Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Clínica Universitária de Medicina Interna, FMUC
Sofia Gomes Brazão, Joana Duarte, Sara Leitão, Armando Carvalho
Introdução: O Linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) constitui 25% dos casos de Linfoma não Hodgkin. Caracteriza-se pelo rápido crescimento do tumor com infiltração de tecidos e obstrução de órgãos. Manifesta-se pelo aparecimento de massas nodulares no pescoço ou abdómen e sintomas B (febre, perda de peso, sudorese noturna). O envolvimento extra-medular ocorre em cerca de 30-40% dos doentes e o diagnóstico é definitivo através da biópsia da lesão.
Caso clínico: Mulher de 81 anos, independente, diabética insulino-tratada, apendicectomizada, recorreu ao Serviço de Urgência por dor abdominal no hipocôndrio direito com cerca de um mês de evolução, perda ponderal de 10Kg em três meses e sudorese noturna. Ao exame objetivo estava apirética, sem adenopatias palpáveis, com abdómen doloroso à palpação dos quadrantes direitos, mas sem massas ou organomegálias. Analiticamente evidenciava leucocitose (18,9), anemia, hipercalcemia, hipercaliemia, LDH: 1112U/L, F.alc: 594 U/L, Gama-GT: 806 U/L e PCR: 14,5 mg/dL. A ecografia abdominal revelou duas massas hepáticas no lobo direito, confluentes, com um total de 18cm e uma lesão esplénica com 5cm. A TC abdominal mostrou metastização hepática, esplênica e pulmonar e a endoscopia digestiva alta e a colonoscopia eram normais. A PET revelou lesão neoplásica maligna de alto grau metabólico no lobo direito do fígado, baço, peritoneu, gânglios abdominais e pulmão. A biopsia hepática mostrou envolvimento hepático por linfoma não Hodgkin B, difuso, de grandes células. Após observação por hematologista iniciou quimioterapia com mini-CHOP. Atualmente está no 6º tratamento, com resposta parcial a nível do baço.
Discussão/conclusão: Dor abdominal é uma queixa que frequentemente motiva a ida à Urgência. Como sintoma inespecífico, exige uma história clinica cuidada, que permita orientar o diagnóstico. Por ser uma manifestação atípica de LDGCB, este caso alerta-nos para a importância de valorizar sintomatologia inespecífica, que pode mascarar patologia grave.