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ENDOCARDITE INFECIOSA SEM ISOLAMENTO DE AGENTE
Doenças infeciosas e parasitárias - E-Poster
Congresso ID: P503 - Resumo ID: 2099
ULSNA Hospital Dr. Jose Maria Grande- Portalegre
Maxim Suleac, Ruben Raimundo, Adriano Pacheco Mendes, José Silva, Ana Neves, Sócrates Vargas-Naranjo, Malam Djassi, Isabel Soles.
Os doentes com sintomas inespecíficos devem ser sempre avaliados com muito cuidado. A história da doença actual deve ser bem colhida e repensada, o diagnóstico diferencial bem pensado, sem focar inicialmente um diagnóstico mais óbvio. O tratamento, nomeadamente com antibióticos, deve ser iniciado após uma avaliação dos possíveis riscos e benefícios.
Apresenta-se o caso de um doente do sexo masculino de 29 anos de idade, autónomo, com antecedentes pessoais de cardiopatia congénita (Transposição de grandes artérias, cirurgia Rashkind no período neonatal e de Senning mais tarde) e HTA. Foi referenciado ao serviço de urgência por quadro clínico de mal estar generalizado e febre com 2 meses de evolução e terá sido medicado empiricamente em ambulatório com amoxicilina/ácido clavulânico e posteriormente com Levofloxacina por quadro febril sem aparente foco. Esteve apirético aproximadamente 20 dias após ciclos de antibioticoterapia com reinício dos picos febris posteriormente. Após avaliação clínica e dos exames complementares, colheita de sangue para exame cultural, foi iniciada antibioterapia empírica no Serviço de Urgência, admitindo tratar-se de Endocardite Infecciosa. Ficou internado no Serviço de Medicina Interna para investigação e tratamento. Apesar de varias hemoculturas negativas, duas ecografias transtorácicas com ausência de vegetações valvulares, uma ecografia transesofágica com suspeita mínima de endocardite, foi pedida ecografia transesofágica de repetição, que confirmou diagnóstico de endocardite.
O doente foi então transferido para um serviço cirurgia cardiotorácica para tratamento.
A percepção clínica deve ser mais importante que os exames complementares de diagnóstico. Este caso clínico demonstra que o doente com sintomas minor, não levados em consideração no tempo e não devidamente examinados, corre o risco de obter consequências irreversíveis para a sua saúde podendo culminar em morte.