PRESO POR UM FIO - UM CASO DE PNEUMOTÓRAX DE REPETIÇÃO
Doenças respiratórias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG027 - Resumo ID: 209
Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Manuel Martins Barbosa, Elsa Araújo, Joana Serôdio, Marta Pereira, Tiago Mendes, Inês Grenha, Joana Fontes
Um homem de 58 anos é admitido na Sala de Emergência com queixas de dispneia de instalação súbita. Tem antecedentes de hábitos tabágicos (40 unidades maço ano) e trabalha em construção civil, com especial exposição a pó de gesso. Ao exame físico salientava-se abolição do murmúrio vesicular na auscultação do hemitórax direito e timpanismo à percussão. A suspeita de pneumotórax de grande volume foi confirmada através de radiografia torácica. A inserção de um dreno torácico no 5º espaço intercostal com drenagem subaquática foi bem sucedida e após estabilização o doente foi internado.
Após quatro dias de internamento, em que se manteve assintomático, o doente iniciou subitamente novo quadro de dificuldade respiratória, com dessaturação para 85% spO2 (fiO2 28%), hipertensão (169/72 mmHg) e taquicardia (128 batimentos por minuto). O dreno torácico aparentava estar bem colocado e funcionante, oscilando com os movimentos respiratórios. Foi ligeiramente reposicionado, sem produzir notória melhoria, e o doente foi novamente transportado à Sala de Emergência. Realizou uma radiografia torácica que se revelou inconclusiva sobre as dimensões do pneumotórax e localização do dreno (imagem 3).
Decidiu-se pela realização de uma tomografia computorizada que viria a demonstrar a imagem apresentada (imagens 2 e 3): o dreno inicialmente colocado parecia ancorar à parede torácica uma pequena porção do parênquima, poupando caprichosamente apenas essa área de pulmão a um novo pneumotórax de grandes dimensões que se desenvolveu à sua volta.
Um novo dreno torácico foi colocado no 2º espaço intercostal anterior, com resolução do quadro e reexpansão do pulmão.