COMPLICAÇÃO RARA DE BACTERIEMIA A SALMONELLA ENTERITIDIS – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Doenças infeciosas e parasitárias - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO046 - Resumo ID: 2109
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central - Hospital de São José
Inês Lopes da Costa, Carla Maia
Introdução: A Salmonella enteritidis é um agente comummente associado a infecções gastrointestinais. Contudo, e apesar de incomum, em adultos com doença aterosclerótica reconhecida associa-se a elevado risco de infecção endovascular e aortite, principalmente se desenvolverem bacteriemia. De igual modo, os portadores de material protésico têm risco similar de infecção metastática e devem ser tratados agressivamente mesmo sem manifestações intestinais. As infecções extra-intestinais requerem antibioterapia prolongada, frequentemente complementada de drenagem/desbridamento cirúrgico, principalmente em situações com envolvimento vascular.
Caso clínico: Homem de 81 anos, hipocoagulado com acenocumarol por fibrilhação auricular e portador de prótese aórtica na sequência de aneurisma por aortite sifilítica, internado por sépsis grave sem manifestações localizadoras de doença, nomeadamente gastrointestinais. Dos seus antecedentes também se apurou o diagnóstico de diverticulose cólica. Perante o isolamento de Salmonella enteritidis nas hemoculturas, manteve-se a antibioterapia inicialmente instituída - ceftriaxone. Além do despiste de infecção VIH, no estudo etiológico desenvolvido, identificou-se por tomografia computorizada do tórax, extenso hematoma na interface mediastino-pleural esquerda adjacente à artéria pulmonar e aspectos pós-cirúrgicos da parede da aorta ascendente e croça com hipodensidade suspeita de inflamação/infecção. Considerada a intervenção cirúrgica de elevado risco, pela cirurgia cardíaca, restou a opção de tratamento antibiótico de longo curso. A evolução clínica veio a revelar-se favorável, completando 12 semanas de terapêutica, e o controlo imagiológico um ano depois confirmou a redução significativa do hematoma mediastínico e a prótese aórtica preservada.
Discussão: Este caso ilustra uma complicação rara de uma bacteriemia a Samonella enteritidis, aortite e hematoma do mediastino, num doente portador de prótese aórtica por aortite sifilítica. A lesão mediastínica apresentava uma extensão considerável, sem possibilidade de desbridamento cirúrgico e de difícil resolução apenas com terapêutica médica, contudo, a resposta clínica à antibioterapia excedeu as expectativas, com melhoria clínica e devolvendo o estado funcional ao doente.
Caso clínico: Homem de 81 anos, hipocoagulado com acenocumarol por fibrilhação auricular e portador de prótese aórtica na sequência de aneurisma por aortite sifilítica, internado por sépsis grave sem manifestações localizadoras de doença, nomeadamente gastrointestinais. Dos seus antecedentes também se apurou o diagnóstico de diverticulose cólica. Perante o isolamento de Salmonella enteritidis nas hemoculturas, manteve-se a antibioterapia inicialmente instituída - ceftriaxone. Além do despiste de infecção VIH, no estudo etiológico desenvolvido, identificou-se por tomografia computorizada do tórax, extenso hematoma na interface mediastino-pleural esquerda adjacente à artéria pulmonar e aspectos pós-cirúrgicos da parede da aorta ascendente e croça com hipodensidade suspeita de inflamação/infecção. Considerada a intervenção cirúrgica de elevado risco, pela cirurgia cardíaca, restou a opção de tratamento antibiótico de longo curso. A evolução clínica veio a revelar-se favorável, completando 12 semanas de terapêutica, e o controlo imagiológico um ano depois confirmou a redução significativa do hematoma mediastínico e a prótese aórtica preservada.
Discussão: Este caso ilustra uma complicação rara de uma bacteriemia a Samonella enteritidis, aortite e hematoma do mediastino, num doente portador de prótese aórtica por aortite sifilítica. A lesão mediastínica apresentava uma extensão considerável, sem possibilidade de desbridamento cirúrgico e de difícil resolução apenas com terapêutica médica, contudo, a resposta clínica à antibioterapia excedeu as expectativas, com melhoria clínica e devolvendo o estado funcional ao doente.