Hospital Amato Lusitano, Castelo Branco

Introdução: A malformação de Chiari tipo I, herniação das tonsilas cerebelares através do forame magno, gera grande interesse clínico neurológico devido a dificuldade diagnóstica, pois mimetiza outras condições em que patologias cerebelares estão envolvidas. O diagnóstico, por vezes, é de difícil realização, em face do quadro clínico neurológico multiforme e de exames complementares pouco elucidativos, sendo raras as apresentações com insuficiência respiratória aguda, síndrome vestibular e cerebelar associadas e cefaleia.
Caso clínico: Doente de sexo feminino, 17 anos, caucasiana, sem antecedentes pessoais patológicos de relevo, recorreu ao SU por quadro de cefaleia seguida de um episódio de síncope, também foi referido comportamentos de automutilação e pensamentos suicidas. Ao exame objetivo apresentava-se hemodinamicamente estável, com humor depressivo, sem outras alterações relevantes. Analiticamente sem alterações a destacar. TC-CE revelou imagem hipodensa centro-medular observada nas imagens mais inferiores, expandindo a medula podendo representar eventual lesão quiástica ou siringohidromielia. Doente foi seguido em consulta de medicina interna para estudo da alteração imagiológica do TC-CE.
Conclusão: A malformação de Chiari tipo I é uma doença que exige o acompanhamento com neurocirurgião, para que o tratamento cirúrgico seja indicado no momento oportuno, quando aparecem evidências da deterioração neurológica, progressão dos sintomas que se tornam incapacitantes.