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POINT-OF-CARE ULTRASONOGRAPHY PULMONAR NO SERVIÇO DE URGÊNCIA – ESTUDO PILOTO COMPARATIVO COM OS MÉTODOS RADIOLÓGICOS CLÁSSICOS
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Comunicação
Congresso ID: CO190 - Resumo ID: 2125
Serviço de Urgência do Hospital de Braga
Miguel Alves, João Alves, Gil Sequeira, Rafael Silva, António Pedro Gonçalves, Jorge Mendes, João Tavares, Jorge Teixeira, José Mariz
Introdução:
Point-of-Care Ultrasonography (POCUS), é uma ferramenta clínica emergente, com grande evidência científica. As vantagens do POCUS, em relação aos métodos convencionais de diagnóstico em situações agudas, nomeadamente telerradiografia (TR) e tomografia axial computadorizada (CT), são o seu baixo custo, disponibilidade e o facto de ser um exame potencialmente inócuo e que pode ser realizado à cabeceira do doente.
Existem estudos com o objectivo de reduzir o número de exames que usam radiação ionizante a nível hospitalar. A nível dos Cuidados Intensivos, o projeto LUCIFLR apresenta como objectivo, nas próximas três décadas, diminuir as TR e CT do tórax em 1/3 e em 2/3, respectivamente, com o recurso a POCUS pulmonar (EcoP). No entanto, pouco se sabe do impacto que a EcoP poderá ter a nível do Serviço de Urgência (SU).
Com o presente trabalho avaliamos em projeto piloto o papel da EcoP na avaliação de doentes com queixas respiratórias no SU, comparando com a TR e CT do tórax.
Objetivo: Comparação da EcoP com os métodos convencionais de diagnóstico, nomeadamente TR e TC do tórax.
Material e Métodos:
Estudo observacional, transversal descritivo, com colheita de dados prospectiva onde foram incluídos doentes com queixas respiratórias admitidos no SU do Hospital de Braga, de janeiro a dezembro de 2018. Amostra de conveniência de acordo com a disponibilidade do investigador responsável para efetuar a EcoP. Critérios de inclusão: doentes adultos com queixas respiratórias de acordo a Triagem de Manchester na admissão no SU e ter realizado TR torácica e TC pulmonar nas mesmas 24 horas da realização da EcoP. Critérios de exclusão: doentes sem queixas respiratórias na história clínica do doente; doentes com TR e TAC realizados mais de 24 horas antes ou depois da EcoP; doentes cuja orientação clínica foi feita pelo investigador que realizou a EcoP. Foram consultados os processos clínicos dos doentes incluídos por investigador independente à observação do doente no SU, e foi feita uma comparação qualitativa dos exames radiológicos com a EcoP. A consulta dos processos clínicos fez parte de um processo de auditoria da qualidade de registos clínicos no SU do Hospital de Braga.
Resultados: Foram avaliados 121 doentes com queixas respiratórias na admissão no SU. Dos 121 doentes, 21 doentes cumpriram os critérios de inclusão (10 do sexo feminino), com uma média de idade de 76,3. Dos 21 doentes incluídos, 12 apresentavam alterações na TR do tórax que concordaram com as avaliações da EcoP. Houve 6 doentes sem alterações na TR do tórax que mostraram alterações clinicamente significativas na EcoP. Comparativamente com a CT do tórax, a EcoP foi superior na concordância de achados em relação à TR do tórax.
Conclusões: A ecografia pulmonar no SU apresenta-se como uma alternativa segura aos métodos radiológicos clássicos de diagnóstico. Trabalhos prospetivos e com protocolos bem definidos terão que ser realizados de forma a confirmar estes resultados.