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ENFARTE MEDULAR - UM DESAFIO DIAGNÓSTICO
Doenças cardiovasculares - Caso Clínico
Congresso ID: CC020 - Resumo ID: 212
Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães
Filipa Gonçalves, Maria João Tavares, Ana Vilaça, Jorge Cotter
Introdução
O enfarte medular é um evento raro, correspondendo a <1% de todos os AVC. Mais comummente afeta os dois terços anteriores do cordão medular, originando uma síndrome da artéria espinal anterior.
Resumo
Homem, 38 anos, autónomo, fumador e com antecedentes de perturbação de ansiedade; sem medicação habitual.
Recorreu ao Serviço de Urgência por dor torácica posterior direita constritiva, de início súbito, com uma hora de evolução, intensidade 10/10, irradiação para região precordial, interescapular e membros superiores até aos cotovelos. Após estudo analítico e imagiológico sem alterações, foi admitido para vigilância. Vinte e quatro horas após a admissão iniciou défices neurológicos com diminuição da força muscular do membro inferior esquerdo, dificuldade de preensão palmar, hipostesia abdominal e retenção urinária. Realizou angioTC-CE e dos vasos do pescoço sem alterações aparentes. No 4º dia de internamento realiza ressonância magnética, com presença de lesão fusiforme com extensão de C5 a D2, com ligeiro predomínio anterior e lateral esquerdo, sugestiva de enfarte isquémico medular subagudo.
Durante o internamento iniciou tratamento fisiátrico, e realizou o estudo etiológico, com investigação de causa neoplásica, autoimune e infeciosa. Teve alta, orientado para Centro de Reabilitação do Norte, e encaminhado para Consulta de Medicina Interna.
Discussão:
A dor torácica é um sintoma comum a múltiplos diagnósticos. Apesar de raro, devemos considerar o enfarte medular como uma das hipóteses à admissão, uma vez que existem tratamentos, como, por exemplo, trombólise que se podem equacionar nestes casos, e que podem reduzir os défices neurológicos associados.