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UM ANO DE PNEUMOCOCCUS NUM HOSPITAL
Doenças infeciosas e parasitárias - Comunicação
Congresso ID: CO084 - Resumo ID: 18
Hospital Beatriz Ângelo
Rita Gameiro, Joana Marques, Rodolfo Gomes, Sara Freitas, Carlos Palos, Bárbara Picado, Fernando Martos Gonçalves, José Lomelino Araújo
INTRODUÇÃO: A doença pneumocócica invasiva carateriza-se pela presença de infeção confirmada por Streptococcus (St.) pneumoniae, através de isolamento em local normalmente estéril. A sua apresentação clínica é variável, dependendo da localização da infecção. A sua mortalidade atinge 20%.

OBJETIVOS: Caraterizar a coorte de doentes com doença pneumocócica invasiva no ano de 2017 a nível hospitalar, analisando dados demográficos, factores de risco, complicações e mortalidade.

MÉTODOS: Foram selecionados os doentes em que se identificou a presença de St. pneumoniae em local estéril, analisando-se posteriormente os seus processos clínicos.

RESULTADOS: Foram identificados 50 casos, correspondendo 72% a homens. 70% da amostra total tinha mais de 65 anos, com uma média de 15,8±9,2 dias de internamento. A infeção mais frequente foi pneumonia (82%). Na amostra global de doentes, foi identificada insuficiência respiratória em 70% e derrame pleural em 19%. 24% dos doentes necessitaram de internamento em serviço de medicina intensiva (SMI), sendo 16% submetidos a ventilação invasiva e 11% a ventilação não invasiva. 16% precisaram de suporte vasopressor e 4% de técnica dialítica. O sangue foi o local de isolamento mais frequente (79%), sendo o St. sensível a penicilina em 86%. O antibiótico iniciado foi amoxicilina/ácido clavulânico associado a azitromicina em 44%, com posterior suspensão de azitromicina em 55%. Relativamente à presença de factores de risco, o tabagismo foi o mais frequente (44%), seguido de cardiopatia (36%) e doença pulmonar (36%). Houve uma taxa de mortalidade de 16%.

DISCUSSÃO: Tal como na literatura, houve atingimento preferencial de idosos com maior número de fatores de risco, sendo a identificação de St. mais frequente em hemocultura. Contrariamente ao expectável, os internamentos mais prolongados ocorreram em doentes mais jovens com mais fatores de risco e com necessidade de internamento no SMI. Apesar disso, o óbito precoce ocorreu em doentes mais velhos, com neoplasia e com sépsis. Neste contexto, os autores reforçam a importância da vacinação pneumocócica nos grupos de risco.