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TAKOTSUBO EM CONTEXTO DE CRISE CONVULSIVA
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P130 - Resumo ID: 224
ULS NORDESTE - Hospital de Bragança
Miguel Alves, Raquel Gil, Rita Silva, Maria João Castro, Rita Lopes, Diana Fernandes, Margarida Coelho, Tiago Ceriz, Sergio Alves, Adelaide Esteves, Eugénia Madureira
Introdução: As consequências sistêmicas do status epileptico incluem arritmias cardíacas, hipoventilação e hipoxia. Embora o mecanismo fisiopatológico não seja profundamente conhecido, pensa-se que uma liberação excessiva das catecolaminas possa desencadear arritmias e assim produzir uma cardiomiopatia de stress. A síndrome de Takotsubo apresenta-se geralmente de forma aguda e reversível, afetando a função do ventrículo esquerdo (VE).
Caso Clínico: Homem de 57 anos, autónomo, antecedentes de AVC isquémico e epilepsia vascular. Medicado com Zonisamida 100mg; Levetiracetam 1000mg; Aspirina 150mg; Fenitoina 100mg; Sinvastatina 20mg.
Admitido no Serviço de Urgência por crise convulsiva tónico-clónica generalizada resolvida após 10mg de diazepam. Sem história de dor torácica, dispneia, febre, queixas gastrointestinais ou respiratórias. O TC Cerebral não evidenciou lesões agudas. O Eletrocardiograma mostrou infra desnivelamento ST de V2 a V5. Analiticamente com elevação de marcadores de necrose miocárdica em doseamento seriado com pico Troponina I 12,3 ng/ml. O Ecocardiograma mostrou compromisso severo da função do VE com alterações da cinética segmentar. O cateterismo excluiu doença coronária. Admitido no Serviço de Cardiologia e realizou 8 dias após admissão, RMN Cardíaca mostrando uma função sistólica global do VE conservada, tendo sido estabelecido o diagnóstico de Cardiomipatia de Stress associado a crise convulsiva.
Discussão: A cardiomiopatia de stress ou takotsubo é uma síndrome mais frequente em mulheres, caracterizada por disfunção sistólica regional transitória do VE, imitando o enfarto do miocárdio, mas na ausência de evidência de doença arterial coronária obstrutiva ou ruptura aguda de placa. Atualmente pensa-se que está atribuído ao excesso de catecolaminas, provavelmente relacionado à hiperatividade de fatores simpáticos induzidos por stress de qualquer tipo, como doenças neurológicas.
Conclusão: A associação entre cardiomiopatia de stress e convulsões epilépticas é cada vez mais relatada e as convulsões podem ser o fator desencadeante da liberação de catecolaminas que promove a resposta cardiotóxica. A atuação precoce é imperativa, no controlo da patologia neurológica e consequentemente cardíaca.