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LESÕES LÍTICAS NO ADULTO JOVEM
Doenças oncológicas - Poster com Apresentação
Congresso ID: PO065 - Resumo ID: 229
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa
Lígia Rodrigues Santos, Gisela Evaristo Vasconcelos, Margarida Silva Cruz, Nuno Zarcos Palma, Alice Castro, Mari Mesquita
O mieloma múltiplo caracteriza-se pela proliferação maligna de plasmócitos. A idade média ao diagnóstico é de 70 anos, sendo a dor óssea uma manifestação comum, afetando mais de 50% dos doentes.
Homem, 45 anos, sem antecedentes de relevo. Episódios de lombalgia com 6 meses de evolução, por vezes com irradiação para o membro inferior esquerdo e com melhoria com analgesia. Acresce hipersudorese noturna, anorexia e perda ponderal de 10kg em 4 meses. Realizou ressonância lombar em ambulatório com lesão osteolítica a envolver o corpo vertebral e elementos vertebrais posteriores de L5 com extensão ao espaço epidural e foraminal de L5-S1 à esquerda; lesões focais ainda a nível de L3/L4. Admitido para estudo de lesões ósseas líticas. Analiticamente anemia de doenças crónicas (Hemoglobina 9.4g/dL), função renal normal, sem hipercalcemia. PSA total e Beta-HCG normais. Tomografia computadorizada toraco-abdomino-pélvica a confirmar múltiplas lesões líticas na ráquis dorso-lombar, sem evidência de neoplasia primária. Desidrogenase láctica e Beta 2-microglobulina aumentadas. Doseamento de imunoglobulinas com discreta elevação de IgA. Proteinograma sem aparentes alterações. Cadeias leves livres Kappa (K) séricas e urinárias muito aumentadas. Imunofixação sérica e da urina com banda monoclonal de cadeias leves K. Reavaliação imagiológica com evidência de atingimento difuso de corpos vertebrais, costelas, calote e base do crânio. Mielograma a revelar elevada infiltração plasmocitária.
Portanto, mieloma múltiplo de cadeias leves K, tendo sido proposta quimioterapia e posterior transplante autólogo.
Apenas 20% dos doentes têm secreção somente de cadeias leves, detetadas através do doseamento na forma livre e na imunofixação sérica/urinária. Este caso torna-se interessante não só por esse facto mas também por se tratar de um diagnóstico raro num adulto jovem e que não deve ser desprezado uma vez que na maioria dos casos se apresenta em estadios avançados.