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TROMBOEMBOLISMO PULMONAR MACIÇO - REFERENCIAÇÃO PARA TERAPÊUTICA ENDOVASCULAR
Doenças cardiovasculares - Comunicação
Congresso ID: CO192 - Resumo ID: 234
Serviço de Medicina Interna - UF IV, Hospital São Francisco Xavier, CHLO
Catarina Faria, Marco Fernandes, Maria Correia, Sérgio Brito, Mafalda Baleiras, Hugo Moreira, Luís Campos
INTRODUÇÃO: O tromboembolismo pulmonar (TEP) representa a 3ª doença cardiovascular mais frequente e pode ser fatal na fase aguda ou levar a doença crónica e incapacitante. Comparativamente a outras doenças cardiovasculares, a abordagem, e consequentemente o prognóstico, dos doentes com TEP tem-se mantido relativamente estanque nas últimas décadas. A terapêutica endovascular (TEV) constitui uma opção reconhecida nos doentes com TEP de alto risco com contra-indicação para trombólise e uma opção a considerar nos doentes com TEP de risco intermédio-alto.
OBJECTIVOS: Documentar a TEV como opção de tratamento seguro na fase aguda do TEP maciço de alto risco com contra-indicação para trombólise e no risco intermédio-alto, e o seu impacto no prognóstico.
MATERIAL E MÉTODOS: Apresentamos 5 casos de TEP maciço referenciados para TEV entre Maio de 2018 e Janeiro de 2019. Foram referenciados dois casos de TEP de risco alto com contra-indicação absoluta para trombólise e três casos de TEP de risco intermédio-alto. A elegibilidade para o procedimento foi determinada pelos colegas de Cardiologia.
RESULTADOS: Apresentamos 5 doentes, 60% do sexo feminino, com média de idades 73±15 anos. Todos os doentes apresentavam à admissão insuficiência respiratória tipo 1, aumento de biomarcadores cardíacos (NT-proBNP e troponina T de alta sensibilidade) e evidência ecocardiográfica de sobrecarga do ventrículo direito (VD) com disfunção sistólica do mesmo. 60% dos doentes apresentava contra-indicação absoluta para trombólise. Foi sempre iniciada hipocoagulação previamente à TEV, 30% com heparina não fraccionada e 60% com heparina de baixo peso molecular. Todos realizaram trombectomia aspirativa com dispositivo PENUMBRA. Não ocorreram quaisquer complicações relacionadas com o procedimento. Todos tiveram alta sem necessidade de O2 suplementar e com confirmação ecográfica de função sistólica do VD preservada.
CONCLUSÕES: Os resultados imediatos da TEV parecem promissores, com melhoria clínica e ecocardiográfica evidente e sem complicações atribuíves à técnica nesta amostra, apesar de estarem descritas na literatura. A amostra reduzida e a ausência de grupo de controlo limita a interpretação e relevância estatística dos dados e ensaios clínicos em larga escala serão necessários para validar a TEV como tratamento de primeira linha no TEP.