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CARCINOMA NEUROENDÓCRINO DA AMÍGDALA FARÍNGEA: UM DIAGNÓSTICO POUCO FREQUENTE
Doenças oncológicas - Caso Clínico
Congresso ID: CC071 - Resumo ID: 262
Centro Hospitalar São João
Arsénio Barbosa, Miguel Relvas, Catarina Ferreira, Sara Araújo, António Vieira-Lopes, Jorge Almeida
Introdução: Os tumores neuroendócrinos são um grupo heterogéneo de neoplasia que diferem entre si de acordo com o seu comportamento biológico, histologia e resposta ao tratamento, podendo ser bem ou mal diferenciados, levando a implicações no diagnóstico e tratamento.

Caso clínico: Apresenta-se o caso clínico de um homem de 65 anos, com história relevante de diabetes mellitus tipo 2 insulinotratado, com mau controlo metabólico sem lesão de órgão-alvo conhecida, hipertensão essencial e fibrilhação auricular permanente hipocoagulado, sem história familiar de neoplasia. Recorreu ao serviço de urgência por quadro de tumefação cervical direita, dura, de consistência pétrea, não móvel e indolor à palpação, associada tosse seca com um mês de evolução. Negada febre, dispneia, hipersudorese noturna, perda de peso ou queixas gastrointestinais. O estudo analítico, a radiografia de tórax e a gasometria arterial feitos à admissão não mostraram alterações. Foi internado no Serviço de Medicina Interna para estudo de massa cervical.
Para caracterização da massa cervical, realizou biópsia cujo resultado anatomo-patológico revelou tumor neuroendócrino de alto grau de pequenas células com expressão de sinaptofisina e factor de transcrição da tiróide (TTF-1). Para localização do tumor primário, foi pedido TAC cervico-toraco-abdomino-pélivo (CTAP) e discutido resultado da imunohistoquímica com Anatomia Patológica, concluindo-se que não é sugestiva de um tumor primário em específico, uma vez que para além de expressão pulmonar, em também expressão extrapulmonar significativa neste tipo de tumotes. O TAC-CTAP revelou conglomerado adenopático lateral ao lobo direito da tiróide com cerca 6,5x4cm associada a adenomegalias latero-cervicais, mediastínicas e hilares direitas, sem outras alterações de relevo. O estudo endoscópico alto e baixo foi normal. Por ginecomastia esquerda foi realizada ecografia mamária que não mostrou nódulos ou lesões suspeitas. Por fim, pedida tomografia com emissão de positrões (PET), revelando hipermetabolismo a nível da amígadala faríngea direita, sugestiva de neoplasia primária, bem como adenopatias cervicais, mediastínicas e hilares direitas. Foi excluída metastização cerebral em TAC-cerebral.
Foi apresentado em reunião de Grupo Oncológico Cabeça e Pescoço, tendo sido proposto para amigdalectomia cujo resultado anatomo-patológico foi compatível com tumor neuroendócrino primário da amígdala faríngea direita e posterior decisão de quimioterapia com carboplatina e ectoposídeoa. Foi orientado para consulta de Oncologia Médica para seguimento.

Discussão: Este caso pretende demonstrar o workup diagnóstico de uma neoplasia neuroendócrina de alto grau rara e de localização pouco frequente com a interdisciplinarididade que acarreta.