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CAPILAROSCOPIA NA REGIÃO DO ALENTEJO: OS ÚLTIMOS 3 ANOS
Doenças autoimunes, reumatológicas e vasculites - Comunicação
Congresso ID: CO075 - Resumo ID: 295
Hospital Espírito Santo - Évora
Rita Ribeirinho, Margarida Jacinto
INTRODUÇÃO: A capilaroscopia periungueal é um método diagnóstico simples e não invasivo que permite diferenciar fenómeno de Raynaud primário e secundário, descrever as alterações da rede capilar periungueal, que por sua vez são transversais às doenças do tecido conjuntivo. Através deste método é possível confirmar o estado de microangiopatia, que está relacionada com as alterações em órgãos-alvo. É ainda importante no seguimento da doença e monitorização da eficácia de terapêutica.
OBJECTIVO: Análise estatística de 3 anos de Consulta de Capilaroscopia.
MÉTODOS: Estudo observacional e retrospectivo dos doentes seguidos em Consulta de Capilaroscopia, num Hospital Central, entre 2016 e 2018.
RESULTADOS: No total foram realizadas 115 consultas, 45 das quais, de seguimento, onde se verificou que 22% (10) dos doentes apresentaram melhoria da microangiopatia e 8% (4) dos doentes tinham agravamento. Quanto ao género, 93 (81%) doentes eram mulheres e 22 (19%) eram homens. Foi observada uma distribuição de idades entre os 16 e 89 anos, sendo que em média os doentes de capilaroscopia tiveram 53 anos. Quanto à sintomatologia, constatou-se que 105 (91%) dos doentes relatavam sintomatologia de microangiopatia - Fenómeno de Raynaud (FR) ou Úlceras Digitais (UD) (25 doentes (22%)) – e que esta se correlacionava em 102 (88%) dos casos com alterações na videocapilaroscopia. Apenas 3 (3%) dos doentes que não apresentavam sintomatologia tinham alterações. Destas alterações destaca-se a presença de FR secundário em 108 (94%) e o padrão eclerodérmico-like em 26 (23%) doentes. Destes últimos 5 (25%) encontravam-se na fase precoce, 10 (50%) na fase activa e 5 na fase tardia (25%). Em relação ao diagnóstico, verificou-se que 65 (57%) dos doentes ainda não tinha diagnóstico definitivo. Os 4 diagnósticos prévios estabelecidos mais frequentes foram: 11 (10%) Esclerose Sistémica (ES), 10 (9%) Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), 4 (3%) Artrite Reumatoide (AR) e 5 (4%) Síndrome de Sjrögen (SS). Correlacionando o padrão esclerodérmico-like com o tipo de diagnóstico, verifica-se que este está presente na sua maioria em doentes já diagnosticados de ES (8 doentes – 40%), mas que os doentes que não tinha diagnóstico reumatológico concretizado (8 doentes – 40%), apresentam de igual modo este padrão.
CONCLUSÃO: Este exame revelou-se um importante auxiliar no diagnóstico e seguimento dos doentes com doenças auto-imunes nesta região, permitindo em alguns casos a exclusão de doença reumática, noutros um diagnóstico definitivo mais concreto e célere, ajudando também a compreender o estadio da doença, e a eficácia terapêutica.