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EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES NOSOCOMIAIS DA CORRENTE SANGUÍNEA NUM SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA – ESTUDO RETROSPETIVO A 5 ANOS
Doenças infeciosas e parasitárias - Comunicação
Congresso ID: CO210 - Resumo ID: 309
Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Unidade de Portimão
Tiago Vasconcelos, Joana Nascimento, Marta Duarte, Marta Coelho, Daniela Louro, Rui Ferreira, Raquel Pinho, Domitília Faria, Helena Rita, Maria José Grade, Lourdes Cabezuelo, Luísa Arez
INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS: As infeções nosocomiais da corrente sanguínea (INCS) estão entre as mais importantes causas de aumento de morbimortalidade nos doentes hospitalizados, com consequente aumento de tempo de internamento e gastos em saúde. Neste estudo é apresentada a caracterização epidemiológica das INCS ao longo de 5 anos num Serviço de Medicina Interna (SMI). MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo dos episódios de INCS nos doentes internados no SMI, no período de 01/01/2013 a 31/12/2017, com caracterização demográfica, microbiológica e evolução temporal da incidência das INCS neste serviço. RESULTADOS: Registaram-se 297 INCS, para 22927 doentes internados, em 195506 dias de internamento, o que corresponde a uma proporção de 13 ‰ episódios por cada mil doentes admitidos, com pico de incidência em 2014 de 1,8‰ /1000 dias internamento; 187 (63%) sexo masculino e 110 (37%) no sexo feminino, com mais de 80 anos 136/297 (45,8%); 138 (46,5%) são infeções primárias, das quais, 10 (7,2%) associadas a Cateter Vascular Central (CVC) e 4 (2,9%) são associadas ao cateter venoso periférico. Com origem secundária 159 (53,5%), com causas mais frequentes a infeção urinária (83; 52,2%) e a respiratória (53; 33 ,3%). O tempo médio de internamento até ocorrer INCS foi > 15 dias, em 119/297 (40,1%). Isolou-se um total de 316 microorganismos, por ordem decrescente: Staphylococcus aureus 74 (23,4%), Escherichia coli 63 (19,9%), Pseudomonas aeruginosa 37 (11,7%) e Klebsiella pneumoniae 21 (6,6%). Nos padrões de resistência identificados salientamos: S.aureus resistente à meticilina 36 (48,6%) , E. coli ESBL+ 5 (7,9%), P.aeruginosa resistente a quinolonas 6 (16,2%), P.aeruginosa resistente a carbapenemos 3 (8,1%) e K.pneumoniae ESBL + 2 (9,5%). CONCLUSÕES: Os doentes de maior risco para INCS são os mais idosos ou com internamentos prolongados. O cumprimento das precauções básicas e das medidas preventivas das infeções mais frequentes, bem como o não prolongamento desnecessário da estadia hospitalar, são fundamentais para diminuir a incidência das INCS. Apesar do S. aureus ser em número absoluto o agente mais isolado, na globalidade verifica-se maior prevalência de gram negativos, o que deve ser tido em conta na escolha da antibioterapia empírica.