RESOLUÇÃO DE DÚVIDAS CLÍNICAS NA PRÁTICA DIÁRIA DOS MÉDICOS INTERNOS DE MEDICINA INTERNA EM PORTUGAL
Organização e gestão / novas formas de cuidados - Comunicação
Congresso ID: CO143 - Resumo ID: 312
Serviço de Medicina Interna, Hospital da Luz - Lisboa, Lisboa, Portugal
André Rosa Alexandre
INTRODUÇÃO
Estudos prévios sugerem que as dúvidas clínicas são frequentes na prática diária dos Médicos Internos de Medicina Interna. A capacidade para lhes responder, as fontes utilizadas, o tempo despendido e os obstáculos enfrentados são actualmente desconhecidos em Portugal.
OBJECTIVO
Caracterizar a magnitude e a tipologia das dúvidas clínicas, assim como as fontes, o tempo e os obstáculos para a sua resolução durante a prática diária dos Médicos Internos de Medicina Interna. Comparação destas variáveis entre a prática na enfermaria, consulta externa e urgência.
MATERIAIS E MÉTODOS
Realizámos um estudo observacional baseado na resposta voluntária a um inquérito on-line distribuído pelos Médicos Internos de Medicina Interna de Portugal. A colheita de dados decorreu durante Dezembro de 2018 e Janeiro de 2019. Recolhemos dados epidemiológicos e da caracterização da magnitude e tipologia das dúvidas clínicas, assim como as fontes utilizadas, tempo despendido e obstáculos à sua resolução na enfermaria, consulta externa e urgência. As variáveis referentes às dúvidas clínicas foram comparadas entre estes 3 contextos clínicos pelo teste de Kruskal-Wallis.
RESULTADOS
Responderam ao inquérito 75 Médicos Internos de Medicina Interna: maioritariamente do género feminino (76,0%) e com média de idades de 29,7 ± 3,4 anos. Predominaram os Médicos Internos dos Hospitais Distritais (60,0%), do 5º (33,3%) e do 1º ano (22,7%) de Internato. A mediana de dúvidas clínicas por doente observado foi significativamente diferente entre os três contextos clínicos (consulta: 0,6; enfermaria: 0,8; urgência: 1 dúvidas/doente, p=0,02). Em todos os contextos clínicos as dúvidas sobre terapêutica prevaleceram (37,3-77,4%) e as respostas foram activamente procuradas numa mediana de 85% das situações. A enfermaria foi o contexto com maior sucesso na identificação de respostas às dúvidas clínicas (mediana: 85%) por comparação com a consulta e a urgência (75%, p=0,86). A mediana de tempo despendido na procura da resposta por cada dúvida foi semelhante em todos os contextos clínicos (17,5 minutos, p=0,20). As fontes mais frequentes de respostas foram os Tutores e Assistentes (26,5-26,7%), logo seguidos do UpToDate® (20,1-22,3%) e de Guidelines de Sociedades Científicas (12,1-15,5%). O apoio de outros Médicos Internos para a resolução das dúvidas clínicas foi especialmente importante na urgência (15,9%). O principal obstáculo à resolução das dúvidas foi a falta de tempo (26,5-30,9%) pelo elevado volume do trabalho assistencial.
CONCLUSÕES
Este estudo confirma que os Médicos Internos de Medicina Interna têm frequentemente dúvidas clínicas durante a sua prática diária. Embora consigam responder com eficácia à maioria dessas dúvidas, o tempo despendido para a sua resolução não é desprezível. Apesar da revolução digital com disponibilização generalizada de fontes de informação médica de elevada qualidade, os Tutores continuam a ser a principal referência para a resolução de dúvidas.
Estudos prévios sugerem que as dúvidas clínicas são frequentes na prática diária dos Médicos Internos de Medicina Interna. A capacidade para lhes responder, as fontes utilizadas, o tempo despendido e os obstáculos enfrentados são actualmente desconhecidos em Portugal.
OBJECTIVO
Caracterizar a magnitude e a tipologia das dúvidas clínicas, assim como as fontes, o tempo e os obstáculos para a sua resolução durante a prática diária dos Médicos Internos de Medicina Interna. Comparação destas variáveis entre a prática na enfermaria, consulta externa e urgência.
MATERIAIS E MÉTODOS
Realizámos um estudo observacional baseado na resposta voluntária a um inquérito on-line distribuído pelos Médicos Internos de Medicina Interna de Portugal. A colheita de dados decorreu durante Dezembro de 2018 e Janeiro de 2019. Recolhemos dados epidemiológicos e da caracterização da magnitude e tipologia das dúvidas clínicas, assim como as fontes utilizadas, tempo despendido e obstáculos à sua resolução na enfermaria, consulta externa e urgência. As variáveis referentes às dúvidas clínicas foram comparadas entre estes 3 contextos clínicos pelo teste de Kruskal-Wallis.
RESULTADOS
Responderam ao inquérito 75 Médicos Internos de Medicina Interna: maioritariamente do género feminino (76,0%) e com média de idades de 29,7 ± 3,4 anos. Predominaram os Médicos Internos dos Hospitais Distritais (60,0%), do 5º (33,3%) e do 1º ano (22,7%) de Internato. A mediana de dúvidas clínicas por doente observado foi significativamente diferente entre os três contextos clínicos (consulta: 0,6; enfermaria: 0,8; urgência: 1 dúvidas/doente, p=0,02). Em todos os contextos clínicos as dúvidas sobre terapêutica prevaleceram (37,3-77,4%) e as respostas foram activamente procuradas numa mediana de 85% das situações. A enfermaria foi o contexto com maior sucesso na identificação de respostas às dúvidas clínicas (mediana: 85%) por comparação com a consulta e a urgência (75%, p=0,86). A mediana de tempo despendido na procura da resposta por cada dúvida foi semelhante em todos os contextos clínicos (17,5 minutos, p=0,20). As fontes mais frequentes de respostas foram os Tutores e Assistentes (26,5-26,7%), logo seguidos do UpToDate® (20,1-22,3%) e de Guidelines de Sociedades Científicas (12,1-15,5%). O apoio de outros Médicos Internos para a resolução das dúvidas clínicas foi especialmente importante na urgência (15,9%). O principal obstáculo à resolução das dúvidas foi a falta de tempo (26,5-30,9%) pelo elevado volume do trabalho assistencial.
CONCLUSÕES
Este estudo confirma que os Médicos Internos de Medicina Interna têm frequentemente dúvidas clínicas durante a sua prática diária. Embora consigam responder com eficácia à maioria dessas dúvidas, o tempo despendido para a sua resolução não é desprezível. Apesar da revolução digital com disponibilização generalizada de fontes de informação médica de elevada qualidade, os Tutores continuam a ser a principal referência para a resolução de dúvidas.