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UMA COMPLICAÇÃO RARA NA COLOCAÇÃO DE UMA GASTROSTOMIA PERCUTÂNEA
Doenças digestivas e pancreáticas - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG045 - Resumo ID: 345
ULSM - Hospital Pedro Hispano
Ana Ferro, Helena Greenfield, Denise Magalhães, Catarina Tavares, Gonzalo Ruibal, Rui Silva, Cristina Rodrigues
Homem de 69 anos, com antecedentes de doença cerebrovascular extensa, com disfagia para sólidos e líquidos e, consequentemente, episódios recorrentes de broncoaspiração, tendo sido decidida a colocação de gastrostomia percutânea (PEG) para alimentação. Seis dias após colocação de PEG, apresentou quadro de distensão abdominal e estase gástrica, sem sinais de abdómen agudo, com trânsito intestinal mantido, tendo sido colocado em pausa alimentar. A tomografia computorizada (TC) abdominal demonstrou presença de pneumatose da parede do cólon direito, até ao ângulo hepático, bem como do íleo terminal e das ansas ileais. Atendendo ao estado comórbido, foi decidida em reunião multidisciplinar uma abordagem conservadora, com pausa alimentar e colocação de PEG em drenagem. O doente apresentou melhoria clínica, tendo sido retomada a alimentação pela PEG de forma progressiva. Após 2 semanas, foi efetuada reavaliação imagiológica que mostrou agravamento radiológico, no entanto dada a ausência de clínica ou intercorrência infeciosa, bem como tolerância alimentar preservada, foi mantida a abordagem conservadora. Verificou-se resolução total da pneumatose em 5 semanas.
A pneumatose intestinal representa a presença de ar na parede intestinal. Pode ser idiopática ou secundária, sendo que esta última é responsável por 85% dos casos. Apresenta um significado patológico vasto: desde ser apenas um achado imagiológico, até uma condição que requer exploração cirúrgica emergente, pelo qual não se pode descurar a avaliação clínica.
Esta imagem retrata uma complicação rara de um procedimento cada vez mais necessário e demonstra um caso exuberante de pneumatose intestinal.