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GASTRITE ENFISEMATOSA – UMA ENTIDADE RARA E LETAL
Doenças digestivas e pancreáticas - E-Poster
Congresso ID: P243 - Resumo ID: 367
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Medicina I
Margarida R. Fonseca, Ivone Valadão, Anne Moura, Mariana Constante, Daniel Gomes, João Lopes Delgado, Isabel Madruga
INTRODUÇÃO A Gastrite enfisematosa é uma infeção rara e da parede gástrica causada por microorganismos produtores de gás. Tem uma mortalidade de cerca de 60%. Os autores apresentam o caso de Gastrite enfisematosa associado a neoplasia gástrica.

CASO CLÍNICO Mulher de 95 anos, com história médica de Demência e Hipertensão arterial. Transportada ao Serviço de Urgência por quadro de dor abdominal, náusea e vómito com alguns dias de evolução. Do exame objetivo destaca-se, estabilidade hemodinâmica e dor a palpação abdominal profunda, sem defesa ou reação peritoneal e sem massas palpáveis. A avaliação analítica revelou Hb 11.8g/dL, leucocitose 16500/mcL com neutrofilia 85%, Plaquetas 206000/mcL, lipasemia e enzimologia hepática dentro da normalidade, PCR 8.7mg/dL, Creatinina 0,63mg/dL, Ureia 62mg/dL. A radiografia abdominal mostrou distensão gástrica e presença de ar na parede gástrica pelo que realizou TAC abdominal para esclarecimento – “marcada distensão gástrica contendo conteúdo gasoso e líquido, presença de ar ao longo de toda a espessura parietal envolvendo o cárdia, fundo e corpo gástrico”. Colocada a hipótese de Gastrite enfisematosa tendo sido internada em Unidade de Cuidados Intermédios Médicos sob antibioterapia com Meropenem. Durante o internamento repetiu TAC que mostrou melhoria do quadro de enfisema da parede gástrica, tendo sido tentada alimentação entérica, sem sucesso por estase, tendo iniciado alimentação parentérica total. Realizou Endoscopia digestiva alta para colocação de sonda naso-jejunal tendo sido biopsada área gástrica aparentemente infiltrada. A anatomia patológica foi compatível com Adenocarcinoma de células pouco coesas. Equacionadas diversas soluções para alimentação da doente, sem sucesso por manter estase gástrica e ileus. Como intercorrência destaca-se Pancreatite aguda alitiásica que se associou à alimentação parentérica total. Verificou-se deterioração progressiva do estado geral tendo vindo a falecer após cerca de dois meses de internamento.

DISCUSSÃO A disrupção da parede do estômago pela ingestão de substâncias corrosivas, uso de anti-inflamatórios não esteróides, cirurgia abdominal ou enfarte gástrico são os fatores predisponentes mais frequentes. No caso apresentado acredita-se que o fator predisponente para a lesão da parede gástrica tenha sido a neoplasia gástrica.