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ENTEROBACTERIÁCEAS RESISTENTES AOS CARBAPENEMOS – CASUÍSTICA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NUM SERVIÇO DE MEDICINA
Doenças infeciosas e parasitárias - Comunicação
Congresso ID: CO097 - Resumo ID: 370
Centro Hospitalar Médio Tejo
Margarida R. Fonseca, Daniela Silva Brito, Carmen Ferreira, Mário Santos, Fernanda Coutinho, Fátima Pimenta
INTRODUÇÃO As infeções causadas por microorganismos multirrestentes são uma causa importante de morbilidade e mortalidade a nível mundial, destacando-se o aumento de incidência recente de colonização e infeção por enterobacteriáceas resistentes aos carbapenemos (ERC).

OBJETIVO Caracterizar os doentes com isolamento de enterobacteriáceas resistentes aos carbapenemos num Serviço de Medicina de um hospital distrital.

MATERIAL E MÉTODOS Estudo retrospetivo de 1 de janeiro de 2017 a 31 de maio de 2018 incluindo todos os casos de isolamento de ERC ocorridos em doentes internados nos Serviços de Medicina de um centro hospitalar distrital. Foram estudadas as características demográficas, os fatores de risco, as características microbiológicas dos isolados e as opções terapêuticas e a evolução.

RESULTADOS Foram identificados 37 doentes com isolamentos de ERC. 56% dos doentes eram do sexo masculino e média de idades foi de 80 anos (entre os 54 e os 100 anos). Os internamentos tiveram uma duração média de 26 dias. A taxa de mortalidade foi de 27%. Apenas 21% dos doentes eram autónomos, sendo os restantes parcial ou totalmente dependentes nas atividades de vida diárias. A maioria dos doentes (29, correspondendo a 78%) tinham estado internados no ano precedente e tinham realizado antibioterapia nos três meses precedentes. 37% (14) dos doentes eram portadores de dispositivos invasivos, estomas ou feridas crónicas. Cerca de 70% dos doentes apresentava pelo menos dois fatores de risco para infeção ou colonização por ERC. 35% (13) dos doentes estavam colonizados (identificação no exsudado retal e urina). Em 68% (25) dos doentes considerou-se que houve isolamento patológico de ERC, mais frequente na urina (92%), destacando-se 4 isolamentos em hemocultura e 1 no lavado broncoalveolar. A Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemases KPC foi o microorganismo mais frequente, em 28 doentes. 27 doentes realizaram terapêutica antibiótica, com uma duração média de 7 dias, sendo a Colistina o fármaco mais usado.

CONCLUSÕES A análises destes dados alerta para a importância da identificação precoce dos doentes portadores de ERC – um dos passos mais importantes para a prevenção da sua transmissão.