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EXANTEMA NÃO TÍPICO DA FEBRE ESCARO-NODULAR
Doenças infeciosas e parasitárias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG049 - Resumo ID: 375
Serviço de Medicina 2B, Hospital Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Portugal
Ana Teresa Melo, Liliana Ribeiro Santos, Ana Furão Rodrigues, Ana Paula Vilas
Introdução: A febre escaro-nodular é uma doença infeciosa provocada pela bactéria Rickettsia conorii. Em Portugal estão identificadas 2 estirpes causadoras da doença, a Rickettsia conorii Malish e a Rickettsia conorii israelensis. A apresentação típica inclui uma associação de febre, exantema e escara de inoculação (“tâche noir”), sendo também frequentes a. hiperemia conjuntival, fotofobia, cefaleias e artromialgias. O exantema afeta sobretudo as extremidades, incluindo as palmas das mãos e plantas dos pés, mas também o tronco. As lesões são habitualmente maculopapulares eritematosas discretas, mas numa minoria dos casos, sobretudo em doentes com mais idade, podem adquirir um aspeto purpúrico. Este tipo de lesões cutâneas parece também associar-se mais à estirpe R. conorii israelensis, sendo que nestes casos a tache noir é rara.
Caso clínico: Homem de 75 anos, agricultor, que recorreu ao Serviço de urgência por quadro com alguns dias de evolução de prostração, febre e exantema não pruriginoso dos membros e tronco. À observação, a destacar períodos de confusão, hiperemia conjuntival bilateral e exantema purpúrico a nível dos punhos e dorso. Analiticamente, proteína C reativa elevada (19mg/dL), hiponatremia (130mmol/L) e trombocitopenia (plaquetas 61000/mm3). Assumiu-se febre escaro-nodular e iniciou doxiciclina. Dois dias após a admissão o doente passou a apirético e iniciou melhoria clínica e laboratorial. Para confirmação diagnóstica foi utilizado o método da imunofluorescência indireta, um método que pesquisa a presença de anticorpos anti-rickettsia no soro dos doentes. No caso apresentado, o resultado foi borderline. Optou-se por manter a terapêutica, seguindo-se remissão completa do quadro.
Conclusão: O caso apresentado chama a atenção para um exantema menos habitual na febre escaro-nodular e para a importância da integração dos dados anamnésicos e semiológicos.