Ricardo Pereira, Carolina Palma, Hugo Casimiro, Ermelinda Pedroso
Doente do sexo masculino, 53 anos, sem antecedentes pessoais relevantes. No contexto de história de lombalgia esquerda refractária à terapêutica analgésica, foi avaliado pela sua Médica de Família que solicitou tomografia computorizada (TC) lombar, a qual mostrou lesão osteoclástica isolada na vértebra L3. Neste sentido foi enviado a consulta hospitalar de Ortopedia onde realizou ressonância magnética da coluna lombo-sagrada, colocando-se então as hipóteses de eventual hemangioma, fractura microtrabecular ou possível lesão secundária. Entretanto foi perdido o seguimento clínico, mantendo-se o doente assintomático desde então.
Cerca de 4 anos após a investigação efectuada, o doente realizou TC abdomino-pélvica para estudo de quadro clínico de litíase renal. Para além da presença de pequenos cálculos renais bilaterais, destacava-se o corpo da vértebra L3 com aspecto blástico, sem trabeculação ou aumento de volume, mas com perda de diferenciação corticomedular. Para melhor caracterização dos achados ósseos, foi referenciado à consulta de Medicina Interna. Da revisão de órgãos e sistemas não se apuraram quaisquer sintomas significativos, sendo que o estudo complementar permitiu excluir a existência de doença oncológica. Tendo em conta a cronicidade da evolução das alterações documentadas na TC e o doseamento elevado de hidroxiprolina na urina, assumiu-se o provável diagnóstico de doença de Paget do osso.