SÍNDROME DE ORTNER – QUANDO ALGO NÃO SOA BEM
Doenças cardiovasculares - E-Poster
Congresso ID: P193 - Resumo ID: 39
Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães
Tiago Seco, Hélio Martins, Gonçalo Castelo Branco, Jorge Cotter
Introdução: Síndrome de Ortner resulta de uma compressão do nervo recorrente laríngeo secundária a causas cardiovasculares benignas e manifesta-se com disfonia por parésia de corda vocal.
Caso Clínico: Apresenta-se o caso de um doente de 87 anos, autónomo e cognitivamente íntegro, com antecedentes conhecidos de aneurisma da aorta ascendente, cardiomiopatia dilatada com depressão da fração de ejeção do ventrículo esquerdo e portador de CDI, que se apresentou no SU com clínica de infeção respiratória sem resposta a ciclo de antibioterapia de primeira linha em ambulatório. Durante o internamento com queixas de disfonia com agravamento progressivo. Atendendo a esta queixa observado por ORL com identificação de parésia da corda vocal esquerda. Para esclarecimento do caso pedida TC cervico-torácica que identificou para além da assimetria das cordas vocais e da dilatação aneurismática da aorta ascendente, identificou ainda um aneurisma sacular da vertente lateral esquerda do arco aórtico, com cerca de 56 mm de diâmetro transversal. Assumiu-se assim o diagnóstico de Síndrome de Ortner.
Discussão: As causas mais frequentes de parésia de cordas vocais são neoplasias e iatrogenia. Pelo contrário a Síndrome de Ortner ou Síndrome cardiovocal é provocada por patologias benignas. É portanto importante uma abordagem diagnóstica sistemática e estruturada, ainda mais em doentes com patologia cardiovascular conhecida ou suspeitada, sob o risco de ficarem por diagnosticar causas potencialmente tratáveis de um sintoma limitante para o dia-a-dia dos doentes. A resolução dos sintomas depende da correcção da compressão nervosa, e da duração da compressão.