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QUANDO O CORAÇÃO PÁRA, VALE TUDO – VOLET COSTAL GRAVE APÓS PARAGEM CARDIO-RESPIRATÓRIA
Urgência / Cuidados Intermédios e Doente Crítico - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG056 - Resumo ID: 419
Serviço de Medicina Interna ULSAM
Joana Couto, Luís Pontes dos Santos, Alexandra Esteves, António Ferreira, Raquel López, Diana Guerra
Homem, 81 anos. Autónomo. Antecedentes de hipertensão arterial com vários anos de evolução e difícil controlo, com lesão de órgão alvo (cardiopatia hipertensiva), encontrando-se sob terapêutica tripla (beta bloqueante, IECA e antagonista dos canais de cálcio). Recorreu ao Serviço de Urgência por astenia, dispneia para pequenos esforços e mal-estar generalizado. Constatado bloqueio aurículo-ventricular de 3º grau, foi admitido em Unidade de Cuidados Intermédios para monitorização electrocardiográfica, wash out de beta bloqueante e iniciou perfusão de isoprenalina mantendo FC~40 bpm. Ao 3º dia nesta unidade paragem cardio-respitória em ritmo de fibrilação ventricular em provável contexto de baixo débito por BAV de 3º grau, realizada desfribilhação com recuperação da circulação após um ciclo de manobras. Como consequência das manobras de suporte básico de vida, apresentou fratura de arcos costais à direita com volet torácico (Figura A e B). Realizou TC torácico para exclusão de outras complicações (Figura C) que mostrou importante descontinuidade da parede torácica direita nas transições condrocostais, com mais de 9cm de altura (apenas a poupar as duas primeiras junções) com separação dos topos laterolateral que vai até aos 3cm, pneumotórax ligeiro e enfisema da parede torácica ipsilateral, derrame pleural direito de moderado volume. Procedeu-se a toracocentese e constatado hemopneumotórax tendo sido submetido a drenagem com dreno torácico, sem intercorrências imediadas. Após internamento recuperou, apesar de necessidade de várias dreagens de derrame pleural secundário a traumatismo, encontra-se está a realizar cinesiterapia e é seguido em Consulta.
Apresenta-se esta imagem para destacar uma complicação de manobras de suporte de relativamente comum, mas em casos com a gravidade do apresentado com necessidade de cuidados emergentes (colocação de dreno torácico para drenagem de homotórax) e seguimento à posteriori por risco de recidiva.