NDCM, 31 anos, com antecedente médico de talassemia minor. Sem medicação habitual ou alergias medicamentosas, com hábitos tabágicos no passado de 10UMAs. Quadro de dor inguino-escrotal autolimitada com 2 anos de evolução, com ecografia testicular sem alterações em avaliação pelo médico assistente. No dia 20/01/18 recorreu ao nosso serviço de urgência por recorrência de hematúria, que já teria tido a 29/12/17 com ida a serviço de urgência de outro hospital, tendo neste episódio passado apenas realizado lavagem vesical e avaliação analítica que revelou Hb 10,5 g/dL (anemia microcítica e hipocrómica), PCR 5,0 mg/dL, com alta após apresentar urina clara. No novo episódio foi pedida ecografia renal que foi convertida em TAC abdómino-pélvica, que revelou marcado aumento de volume com heterogeneidade do rim esquerdo (apenas poupando o seu terço superior), com aumento do volume com preenchimento luminal sólido da veia renal esquerda, o qual atingia o lúmen da veia cava, e lesões ósseas de tipo lítico nos ramos isquiopúbicos dos ossos ilíacos bem como no ramo íleo-púbico direito, achados sugestivos de neoformação renal esquerda, com trombose tumoral da veia renal homolateral e atingimento da veia cava inferior, com envolvimento ósseo secundário. Em contexto de internamento foi realizada biópsia renal que revelou alterações sugestivas de carcinoma de células renais associado a translocação Xp11.2/gene TFE3, tendo realizado nefrectomia citorredutiva e cavotomia com trombectomia da veia cava a 31/01/18, tendo iniciado quimioterapia adjuvante com Sunitinib. Posteriormente apresentou trombose da veia porta intra-hepática apesar da anticoagulação terapêutica com Enoxaparina, com progressão de doença para metastização hepática e carcinomatose peritoneal, falência hepática progressiva com bilirrubina total de 12,48 mg/dL e INR 3,18, acabando por falecer a 05/04/18.