Centro Hospitalar São João

INTRODUÇÃO
Asma é uma doença obstrutiva das vias aéreas acompanhada por inflamação crónica, tosse, pieira e dispneia, com limitação reversível do fluxo aéreo, sendo frequente em crianças e adultos jovens.

CASO CLÍNICO
Mulher, 21 anos, antecedentes de asma, medicada com salbutamol em SOS, quadro com 1 mês de evolução de dispneia para moderados esforços, pieira e tosse seca noturna, com necessidade de fazer inalador em SOS, sem alívio. Por agravamento franco da dispneia, recorreu ao Serviço de Urgência. Encontrava-se apirética, hemodinamicamente estável, com insuficiência respiratória hipoxémica, sem hipercapnia. Feita terapêutica broncodilatadora com agravamento clínico e gasométrico franco (ratio PaO2/FiO2 de 150), tendo passado à Sala de Emergência. Do estudo inicial, elevação ligeira dos parâmetros inflamatórios e radiografia de tórax sem alterações pleuroparenquimatosas de relevo. Por manutenção de insuficiência respiratória, realizou angio-TC tórax que excluiu tromboembolismo pulmonar, colocando a hipótese de infeção. Admitida asma agudizada por infeção respiratória, colhido rastreio séptico e iniciado empiricamente ceftriaxone, azitromicina e oseltamivir. Foi internada em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Na UCI, iniciada ventilação não invasiva nas primeiras 24h, que, por evolução desfavorável, optou-se por entubação orotraqueal. Feita estratégia de decúbito ventral, com má resposta, tendo sido canulada em ECMO VV (oxigenação extracorporal por membrana externa venovenosa) durante 7 dias. Registou-se evolução favorável, com desmame ventilatório até suspensão e redução progressiva da oxigenoterapia. Cumpriu 7 dias de ceftriaxone e 5 de azitromicina e oseltamivir. Não foram isolados agentes microbiológicos. À data de alta, sem insuficiência respiratória, com terapêutica broncodilatadora otimizada e orientada para consulta de Imunoalergologia.

DISCUSSÃO
Este caso clínico pretende demonstrar uma agudização grave de uma doença frequente, com necessidade de suporte de órgão.