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NEUROMIELITE ÓPTICA – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Doenças cérebro-vasculares e neurológicas - E-Poster
Congresso ID: P603 - Resumo ID: 490
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa
Lígia Rodrigues Santos, Teresa Dias Moreira, Margarida Silva Cruz, Gisela Evaristo Vasconcelos, Nuno Zarcos Palma, Ivânia Alves, Alice Castro, Mari Mesquita
As doenças do espectro da Neuromielite Ótica são doenças inflamatórias do Sistema Nervoso central (SNC) caracterizadas por desmielinização e deterioração axonal tendo como alvo preferencial os nervos óticos e a medula espinhal.
Mulher de 58 anos, previamente autónoma. Admitida para estudo de quadro de diminuição acentuada da acuidade visual bilateral e paraparésia dos membros inferiores com 10 dias de evolução e agravamento progressivo, com incapacidade de marcha autónoma. Sem sintomas constitucionais, clínica focalizadora de infeção ou contexto epidemiológico conhecido.
Objetivamente de destacar acentuada diminuição da acuidade visual bilateral, defeito pupilar aferente relativo à direita, disartria ligeira a moderada, cumprimento irregular de ordens simples, força grau 3/5 nos membros superiores e 2/5 nos inferiores, globalmente simétrica. Tomografia computadorizada (TC) cranioencefálica (CE) e coluna dorsolombar sem alterações de relevo que justificassem a sintomatologia. Abordado líquido cefalorraquidiano. Excluídas causas infeciosas, neoplásicas ou vasculares. Do estudo, de destacar anticorpos anti-MOG (Myelin Oligodendrocyte Glycoprotein) positivo e anti-aquaporina 4 negativo e ressonância (RM) CE e neuroeixo com múltiplas lesões focais encefálicas e medular cervical compatíveis com causa inflamatória/desmielinizante. Portanto, doença do espectro da Neuromielite Ótica anti-MOG positiva. Iniciada corticoterapia sistémica e reabilitação motora com evolução clínica e imagiológica favoráveis, com melhoria franca das alterações visuais e da força muscular e marcada redução do número de lesões encefálicas, bem como regressão da lesão medular em RM de controlo após 1 mês de tratamento.
Com este caso os autores pretendem demonstrar uma forma de apresentação desta patologia rara com uma prevalência que varia de 0.5 a 10 casos em 100 000, cuja variante com anticorpos anti-MOG positivos se começa a destacar como uma patologia distinta com características próprias.