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CELULITE OU ALGO MAIS?
Doenças oncológicas - E-Poster
Congresso ID: P695 - Resumo ID: 491
Hospital do Espírito Santo de Évora
Ana Bernardo, Sara Correia, Alícia Oliveira, Susana Escária, Vera Sarmento, Vasco Neves, Mariana Soares, Margarida Massas, Margarita Urquiola, Conceição Barata
Os sinais inflamatórios dos membros inferiores são causa frequente da ida ao Serviço de Urgência (SU), apurando-se frequentemente uma causa infecciosa e portanto pensa-se muitas vezes nessa etiologia como a mais provável.
Apresenta-se o caso clínico de um doente do sexo masculino, 87 anos de idade, autónomo, que recorre ao SU por dor no membro inferior esquerdo (MIe), sem outras queixas. Ao exame objectivo, MIe com francos sinais inflamatórios, destacando-se edema importante. É identificado conglomerado adenopático na região inguinal esquerda e TAC que mostra volumosas adenopatias como causa deste edema, por compressão, e massa retroperitoneal de grandes dimensões. Foi internado para estudo e a biópsia revelou aspectos histológicos compatíveis com Plasmocitoma Extramedular. Este doente iniciou radioterapia com boa resposta, verificando-se redução importante das dimensões da massa e resolução do quadro inflamatórios do membro inferior.
O Plasmocitoma Extramedular é uma doença rara, caracterizada histopatologicamente por infiltrado de células plasmáticas de diversas maturidades e produtoras de imunoglobulina monoclonal fora da medula óssea. Sua incidência aumenta com a idade, sendo mais frequente no sexo masculino. O diagnóstico baseia-se na identificação de um tumor monoclonal de plasmócitos extramedular, excluindo-se Mieloma Múltiplo. Devido à sua radiossensibilidade, a radioterapia é um elemento fundamental na terapêutica e cirurgia se lesão ressecável.
Este caso clínico revela a importância de um exame objectivo rigoroso, em todos os contextos, e da realização do diagnóstico diferencial, mesmo perante quadro sugestivos de patologias extremamente frequentes, podendo esta atitude significar a correcta identificação de outras patologias com necessidade urgente de tratamento, optimizando-se assim o prognóstico destes doentes.