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TIPO DE DIABETES EM DOENTES HOSPITALIZADOS POR HIPOGLICEMIA EM PORTUGAL: RESULTADOS DO ESTUDO HIPOS-WARD
Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais - Comunicação
Congresso ID: CO121 - Resumo ID: 503
MSD Portugal, CHUC, Coimbra, CHUP, Porto, HBA, Loures, MSD Portugal, MSD international GmbH Singapore, MSD Portugal
Sílvia Alão, Lèlita Santos, Jorge Dores, Francisco Araújo, João Romano, João Conceição, Paula Martins de Jesus
Introdução: A hipoglicemia é um problema comum em doentes com diabetes mellitus (DM), que muitas vezes limita os doentes que tentam controlar de forma rigorosa os níveis de glicose. Atingir o controlo ótimo da glicose é fundamental para evitar complicações clínicas adversas, tanto em doentes diabéticos do tipo 1 quanto do tipo 2.

Objetivo: Em doentes hospitalizados por hipoglicemia em Portugal descrever, por tipo de diabetes, os dados demográficos dos doentes e a gestão habitual da diabetes.

Materiais e métodos: HIPOS-WARD (Hipoglicemia em Portugal: Doentes Hospitalizados) é um estudo observacional, transversal, multicêntrico desenhado para avaliar doentes adultos com DM tratados com agentes anti-hiperglicemiantes (AAH) hospitalizados devido a uma hipoglicemia. Este estudo incluiu doentes internados em 18 unidades de medicina interna e endocrinologia num total de 16 hospitais nacionais por um período de 21 meses (Nov16-Aug18). Os episódios foram recrutados consecutivamente durante o período de amostragem.

Resultados: Foram incluídos 176 doentes, com idade média de 72 anos e em que 55% eram do sexo feminino. Em relação ao tipo de diabetes, 18 doentes apresentavam DMT1 (10,2%), 152 apresentavam DMT2 (86,4%) e 6 apresentavam outras formas de diabetes (3,4%). A mediana da idade dos doentes com DMT1 foi menor do que os doentes com DMT2 (49,5 vs. 78 anos, p <0,0001). Quanto ao IMC, a mediana foi também menor para os doentes DMT1 (22,9 vs. 26,3 kg/m2, p=0,0088). A duração média da doença era de 22 anos para doentes com DMT1 e 10 anos para doentes com DMT2 (p=0,0007). Por sua vez, o tratamento do diabetes era realizado pelo próprio doente em 72,2% dos doentes com DMT1 e em 38,2% dos doentes com DMT2, sendo esta diferença estatisticamente significante (p=0,0127). Os resultados mostraram também uma maior proporção de doentes acompanhados nos cuidados de saúde primários com DMT2 face aos doentes com DMT1 (68,4% vs. 22,2%, p = 0,0013). Quanto a hipoglicemias prévias, nos últimos 12 meses, verificou-se que ocorreram em 85,7% dos doentes com DMT1 e em 40,4% dos doentes com DMT2 (p=0,0014).

Conclusões: Estes resultados são consistentes com as características dos doentes com DMT2, quando comparados a doentes com DMT1, sendo estes mais velhos, com maior IMC, com menor tempo de doença e acompanhados nos cuidados de saúde primários. De referir ainda que mais de metade destes doentes necessitam de ajuda (total ou parcial) para gerir o tratamento da diabetes. Isto, somado à polimedicação nesta população frágil, aumenta o risco de uso inadequado dos medicamentos e o risco de episódios mais graves relacionados com a falta de controlo glicémico.