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FATORES DE RISCO PARA A HOSPITALIZAÇÃO POR HIPOGLICEMIA NA POPULAÇÃO DIABÉTICA EM PORTUGAL: RESULTADOS DO ESTUDO HIPOS-WARD
Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais - Comunicação
Congresso ID: CO122 - Resumo ID: 508
MSD Portugal, CHUC Coimbra, CHUP Porto, HBA Loures, MSD Portugal, MSD international GmbH Singapore, MSD Portugal
Sílvia Alão, Lèlita Santos, Jorge Dores, Francisco Araújo, João Romano, João Conceição, Paula Martins de Jesus.
Introdução: Em doentes diabéticos, a hipoglicemia é um dos efeitos colaterais mais comuns e uma das principais barreiras para alcançar o controle glicémico. Por vezes, a hipoglicemia resulta em episódios graves que terminam em internamento hospitalar e que representam um peso significativo tanto para os doentes assim como na utilização de recursos de saúde.

Objetivo: Estimar a prevalência de fatores de risco para hipoglicemia em doentes diabéticos hospitalizados por episódio hipoglicémico em Portugal.

Materiais e métodos: HIPOS-WARD (Hipoglicemia em Portugal: Doentes Hospitalizados) é um estudo observacional, transversal, multicêntrico destinado a avaliar doentes adultos com diabetes mellitus (DM) tratados com agentes anti-hiperglicemiantes (AAH) e internados devido a hipoglicemia. Os doentes foram avaliados considerando uma lista pré-especificada dos fatores de risco mais comuns para hipoglicemia documentados na literatura. No estudo, participaram 16 hospitais nacionais (compreendendo 18 unidades de medicina interna e endocrinologia) por um período de 21 meses (novembro de 2016 - agosto de 2018). Os episódios foram recrutados consecutivamente dentro do período de amostragem.

Resultados: Foram incluídos 176 doentes, com média de idade de 72 anos, predominantemente do sexo feminino (55%) e com duração média de doença de 11 anos. Os fatores de risco mais comuns relatados para hipoglicemia foram: polifarmácia, definida como o doente a tomar mais de 5 fármacos distintos (n=147, 84% do total); idade superior a 75 anos (n=87, 49%); qualquer hipoglicemia prévia nos últimos 12 meses (n=58, 33%); refeições irregulares como fator de estilo de vida (n=52, 30%) e demência (n=28, 16%). Foi utilizada uma abordagem conservadora em que se considerou para o cálculo da percentagem relativa os dados ausentes ou desconhecidos como ausência do fator de risco especificado.

Conclusões: À semelhança do que encontramos na literatura internacional, doentes polimedicados e idosos foram os fatores de risco mais comuns que levaram à hospitalização por hipoglicemia. Estes fatores surgem como o resultado de múltiplas co-morbilidades crónicas e o consequente aumento da complexidade no tratamento destas populações. A identificação destes fatores de risco potenciais contribui para a identificação de grupos de risco e para a implementação de estratégias apropriadas.