GASTRITE ENFISEMATOSA
Doenças infeciosas e parasitárias - Imagens em Medicina
Congresso ID: IMG064 - Resumo ID: 517
ULSM - Hospital Pedro Hispano
Francisca Pinto Beires, Francisco Simões de Carvalho, Lígia Freire, Filipa Guimarães, Ana Oliveira Pinho, Manuela Mendes
Descreve-se o caso de mulher, 89 anos, mRankin 5, com antecedentes de resseção do reto médio por neoplasia, hipertensão, e doença cerebrovascular, que se apresentou no Serviço de Urgência com vómitos aquosos e dor abdominal com um dia de evolução. Descrição de trânsito intestinal mantido, sem alterações das características das fezes, sem queixas urinárias ou respiratórias.
Ao exame objectivo de destacar hipotensão e febre, abdómen distendido, com ruídos hidro-aéreos diminuídos, globalmente doloroso e defesa. Analiticamente com mioglobina e função renal agravada e sedimento urinário com leuconitrituria.
Evidenciada, portanto disfunção multiorgânica com compromisso cardiovascular, renal, hepático, respiratório e neurológico, tendo sido proposta como principal hipótese diagnóstica - choque séptico com provável ponto de partida urinário e iniciado empiricamente amoxicilina e ácido clavulânico e medidas de ressuscitação volémica. Realizou tomografia computadorizada abdominal, que evidenciou gastrite enfisematosa (setas amarelas) com possível colite isquémica e aeroportia (setas azuis).
Decidido em conjunto com a Cirurgia Geral que a doente não era candidata a procedimentos invasivos.
Tentada escalada da terapêutica médica com instituição de antibioterapia de largo espectro, mas a doente manteve agravamento clínico, culminando em desfecho fatal ao 11º dia de internamento.
A gastrite enfisematosa é uma entidade rara, que traduz a infeção por bactérias produtoras de gás e que deve ser distinguida do enfisema gástrico que apresenta um curso benigno. É uma doença que evolui inexoravelmente para um desfecho fatal (>70%) se não tratada, o que torna indispensável o diagnóstico e abordagem precoces. O tratamento cirúrgico é indicado quando há falência da terapêutica médica ou apresentações mais severas como no caso descrito. No entanto, ainda que haja indicação cirúrgica, o seu benefício deverá ser ponderado, evitando-se deste modo obstinação terapêutica.
Ao exame objectivo de destacar hipotensão e febre, abdómen distendido, com ruídos hidro-aéreos diminuídos, globalmente doloroso e defesa. Analiticamente com mioglobina e função renal agravada e sedimento urinário com leuconitrituria.
Evidenciada, portanto disfunção multiorgânica com compromisso cardiovascular, renal, hepático, respiratório e neurológico, tendo sido proposta como principal hipótese diagnóstica - choque séptico com provável ponto de partida urinário e iniciado empiricamente amoxicilina e ácido clavulânico e medidas de ressuscitação volémica. Realizou tomografia computadorizada abdominal, que evidenciou gastrite enfisematosa (setas amarelas) com possível colite isquémica e aeroportia (setas azuis).
Decidido em conjunto com a Cirurgia Geral que a doente não era candidata a procedimentos invasivos.
Tentada escalada da terapêutica médica com instituição de antibioterapia de largo espectro, mas a doente manteve agravamento clínico, culminando em desfecho fatal ao 11º dia de internamento.
A gastrite enfisematosa é uma entidade rara, que traduz a infeção por bactérias produtoras de gás e que deve ser distinguida do enfisema gástrico que apresenta um curso benigno. É uma doença que evolui inexoravelmente para um desfecho fatal (>70%) se não tratada, o que torna indispensável o diagnóstico e abordagem precoces. O tratamento cirúrgico é indicado quando há falência da terapêutica médica ou apresentações mais severas como no caso descrito. No entanto, ainda que haja indicação cirúrgica, o seu benefício deverá ser ponderado, evitando-se deste modo obstinação terapêutica.
